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Silva me responderá, procurando que este incidente não mais tenha lugar nos trabalhos desta nossa apreciação desta revisão.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Guedes.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Lacão, de facto, o senhor fez bem em lembrar o que se passou na última reunião. É que não vale a pena o senhor tentar insinuar que há aqui tomadas de posição de natureza pessoal com o estrito intuito de tentar inibir as intervenções do PSD! Não vale a pena, pois não vai resultar e isso só fará com que o senhor caia no cansaço de, reunião após reunião, ter de se fazer de ofendido, ter de se fingir de vítima, à semelhança daquilo que é hábito em alguns dirigentes do Partido Socialista. Mas, sinceramente, não "cola", não "pega"!
Toda a gente, nesta sala, percebeu que não houve aqui qualquer tipo de ofensa pessoal. Houve um considerando, que, ainda por cima, até podia ser meramente jocoso mas, por acaso, não é, porque, do meu ponto de vista, corresponde integralmente à verdade e, se alguma conclusão se pode retirar desta meia hora que levamos sobre esta matéria, é a de que, de facto, alguns Deputados do Partido Socialista são masoquistas, sabem já que vão ter de votar favoravelmente esta alteração, mas continuam a ter dificuldade em "engoli-la", em demonstrar que precisam de Alka-Seltzer para a "engolir"!
O que é que o senhor quer que lhe diga? Se considera que isto é uma ofensa pessoal é porque o senhor se está a autocolocar numa posição de resistência que não faz qualquer sentido em termos políticos, porque é de matéria política que estamos aqui a tratar!
Na sua defesa da consideração, o Sr. Deputado falou também de uma divergência histórica. Sobre isso, quero só dizer-lhe o seguinte: pelos vistos, a História já não é o que era, para os lados do PS, porque, de facto, como o Sr. Deputado Carlos Encarnação há pouco recordou, o PS defendeu tudo e mais "um par de botas" sobre esta matéria, ao longo do tempo!
Para que não haja aqui mais vitimizações, recordo-me que, há cerca de dois anos, o Partido Socialista chegou a defender, em escritos, que, para se criar um sindicato da polícia, nem sequer era preciso o voto favorável do PSD, porque, como se tratava do levantamento e não da imposição de uma restrição de direitos, não era necessária uma maioria de dois terços para nada!… Chegámos ao cúmulo de ouvir - e a palavra é sua - "aleivosias" destas!
Não venha, pois, fazer-se de vítima, tentar autoflagelar-se para parecer que o mau da fita, nesta matéria, é o PSD! O PSD está a defender aquilo que sempre defendeu, está a recordar aquela que é uma inevitabilidade política, depois das posições que assumimos relativamente a este processo de revisão constitucional extraordinária. Se o PS insiste em vitimizar-se, não sei qual é o seu intuito, mas seguramente que não conseguirá, com isso, passar aos Deputados do PSD e a mim, particularmente, o libelo de estarmos a querer ofender a honra, a dignidade, a consideração ou o que quer que seja, dos Deputados do PS! Nunca o fiz!
Termino dizendo apenas, como o Sr. Deputado Jorge Lacão bem sabe, pois já me conhece há alguns anos, que estou convencido de que não é essa a razão do seu pedido de defesa da consideração, mas também lhe quero dizer, com toda a clareza, que, se porventura se sentiu, de facto, pessoalmente ofendido, espero que aceite as minhas desculpas, pois não era essa a minha intenção.
Agora, quero crer, e já na última reunião o vi, que essa sua posição nada tem a ver com um sentimento íntimo, pessoal, de que o senhor tenha qualquer tipo de dúvida sobre uma ofensa da nossa bancada à sua e, muito menos, à sua pessoa. Tem, sim, a ver com uma postura de autoflagelação que os senhores têm vindo a adoptar, esta semana, aqui, na CERC, que não compreendo e que, sinceramente, considero que, com o andar dos trabalhos da Comissão, só se virarão contra os senhores, pois, de facto, vão ter de engolir o Alka-Seltzer, o Rennie e tudo o resto, pelo que não percebo muito bem por que é que tomam este tipo de posições!

O Sr. Presidente: - Para encerrar este ponto da ordem de trabalhos, dou a palavra ao Sr. Deputado Guilherme Silva, para responder às questões que lhe foram colocadas, na medida em que o julgar útil e necessário.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Sr. Presidente, antes de entrar propriamente nessa tarefa, quero registar aqui dois aspectos. Em primeiro lugar, esta referência a Alka-Seltzer que acabou por ser retirada do que disse o Sr. Deputado Marques Guedes vai parecer-me insuficiente noutra fase dos nossos trabalhos, porque esta discussão foi um pequeno "sapo", mas, aquando da votação, que VV. Ex.as estão obrigados a fazer, há-de ser um "elefante" e, nessa altura, o Alka-Seltzer não vai chegar!
Em segundo lugar, quanto às questões colocadas, é preciso lembrar alguns aspectos para registo da posição de cada um nesta matéria do sindicato da polícia. Tenho para mim que ao Partido Socialista, e perdoar-me-ão esta interpretação, mas são os dados de que disponho e tenho o direito de fazer a minha interpretação, fez muito jeito que o PSD, conscientemente, tivesse levantado esta questão de a aprovação de um sindicato da polícia trazer, como "cavalo de Tróia", o reconhecimento, no Estado constitucional vigente, do direito à greve.
O Partido Comunista estava muito bem consciente do que estava a patrocinar e acabou até por o assumir com toda a clareza. O Partido Socialista foi atirando o ónus da não viabilização do sindicato da polícia para o PSD - aqueles "maus" que exigem uma revisão constitucional! -, e nunca lhes passou pela cabeça que, nesta oportunidade, iríamos clarificar as coisas.
O PS vai deixar de ter esse alibi e já não pode mais apontar o dedo ao PSD por entravar o sindicato da polícia! Mas fica para a história que nós, conscientemente, aceitamos e assumimos a aprovação do sindicato da polícia que não seja um "cavalo de Tróia", porque, como dizia o Sr. Deputado Carlos Encarnação, temos a maior das considerações pelos direitos dos agentes da PSP, mas temos, antes disso, a obrigação de defesa dos portugueses.
Ora, se esta é uma questão preocupante em todos os momentos e em todos os lados, no momento que o País atravessa, em matéria de segurança, essa questão ainda