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68 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

dividuos que tenham mais de dezesete annos e menos de vinte e seis.
Desde que a reforma permitte isto, ha alistamento de menores.
Mas qual foi o indivíduo violentado?
Qual foi o indivíduo roubado ao seu lar, e á sua familia, arrancado a seus pães ou a quem tinha poder sobre elles?
Absolutamente nenhum.
Disse o illustre deputado que tanto era verdade o que avançava, que até houve reclamações das auctoridades de Faro.
Absolutamente falsa similhante allegação. Não existem taes reclamações.
Perguntei hoje na minha secretaria, que era onde podiam ser dirigidas, se tinha havido algumas reclamações, e responderam-me que nenhuma veiu.
É portanto, destituída de verdade a declaração do illustre deputado.
Querem factos?
Aqui têem a resposta. Os factos são estes (Apoiados.)
Vê-se, pois, que a tal escravatura branca é um phantasma que só serve para illudir os incautos, para illudir os guardas, desvial os do cumprimento dos seus deveres e prejudical-os nos seus justos interesses. (Apoiados.) Os defensores dos guardas não sois vós, sou eu; (Apoiados) os propugnadores dos direitos e garantias dos guardas, não sois vós, sou eu. (Muitos apoiados.) Se não houvesse esta propaganda, só não houvesse esses meios de especulação com que se procura illudir os guardas e levantai os contra a lei, o alistamento estava completo e não haveria nenhuma família que ficasse desamparada; pelo contrario, todos os guardas teriam desejo do applaudir uma reforma que lhes dava garantias que até aqui não tinham.
Venham para o terreno da discussão quando quizerem; aqui lhes responderei tranquillo, porque não receio combater quando combato com a verdade do meu lado e com a minha consciência. (Apoiados.) Venham para aqui, mas não estejam a espalhar lá fora boatos que não são a expressão da verdade e que tendem a derrubar o edifício que é todo de organisação, de ordem e de auctoridade. (Apoiados.)
Não estejam a illudir, contrapondo á verdade aquillo que não está na lei, nem nos princípios, nem nos desejos do governo. Venham para qui, que aqui os espero agora e sempre, prompto a responder-lhes no cumprimento dos meus deveres. (Apoiados.)
Vozes: - Muito bem.
(S. exa. não reviu as notas tachygraphicas.)
O sr. Arroyo: - Mando para a mesa o projecto de resposta ao discurso da corôa.
A imprimir com urgência.
O sr. Elvino de Brito: - (O sr. deputado não restituio as notas tachygraphicas.)
O sr. Presidente: - Lembro ao sr. deputado, que não está em discussão nenhum assumpto; s. exa. usou simplesmente da palavra, antes da ordem do dia, e não ha por conseguinte occasião de mandar para a mesa nenhuma moção de ordem, que não poderia ter seguimento.
O sr. Luciano de Castro: - Pedi a palavra para perguntar a v. exa. se este incidente continua ou não na próxima sessão, porque no caso de v. exa. não auctorisar a continuação delle, pretendo provocar da camara uma deliberação a esse respeito, por isso que desejo tomar parte neste debate.
(S. exa. não reviu.)
O sr. Ministro da Fazenda (Hintze Ribeiro): - Nós temos estado a discutir antes da ordem do dia, seguindo mera e exclusivamente a ordem da inscripção; o que vejo, porém, é que o illustre deputado, que muito respeito, que tem hoje uma posição proeminente na camara, como chefe do seu partido, deseja que esta discussão, ou reduzida á forma de incidente, ou sobre qualquer outra forma, continue na próxima sessão, e pela minha parte, correspondendo aos desejos de s. exa., declaro que me promptifico a estar aqui na segunda feira.
Vozes: - Muito bem.
O sr. Presidente: - A declaração do sr. ministro da fazenda dispensa-me de responder á pergunta do illustre deputado o sr. Luciano de Castro.
A ordem do dia para segunda feira é a continuação da eleição de commissões.
Está levantada a sessão.
Eram seis horas da tarde.

Redactor = S. Rego.