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SESSÃO N.º 36 DE 15 DE MARÇO DE 1902 9

lembrar de que mesmo em Lisboa ha muita pobreza. Na provincia ainda é peor.

Em Lisboa nem se calcula como se alimenta o povo na provincia.

As nossas circunstancias são cada vez mais difficeis.

As receitas do Estado, que ao rebentar da crise estavam em 37.000:000$000 réis, já vão em 55.000:000$000 réis; e não chegam para as despesas orçamentaes!

Como ha de viver uma nação que quanto mais cobra de impostos em mais augmenta as despesas ?!

A inquietação é geral.

O proprietario, o industrial e o commerciante, que hoje paga 20 por cento das suas rendas para o Estado, não sabe se amanhã será obrigado a pagar 60!

As despesas que eram de 54.000:000$000 réis, ao romper da crise, que em 1893 desceram para 45.000:000$000 réis, já estão em 60.000:000$000 réis! E quem sabe onde irão, se os Governos não tomarem, sem perda de tempo, resoluções energicas e radicaes!

Não é possivel deixar no escuro o facto de que, tendo sido reduzidas a 45.000:000$000 réis as despesas, que á abertura da crise estavam em 54.000:000$000 réis, já subiram a 60.000:000$000 réis!

Por isso é gravissima a situação, sem que com este perigo se inquietem muito es altos poderes do Estado.

O Sr. Presidente:- Já ha cinco minutos que deu a hora de se encerrar a sessão. S

Se não fosse por causa excepcional de ter de abrir a sessão da Camara dos Dignos Pares, V. Exa. podia continuar o seu discurso; mas se V. Exa. deseja ficar com a palavra reservada para a sessão seguinte...

O Orador: - Custa-me levar a palavra para casa, e por isso dou por concluido o meu discurso.

O Sr. Presidente: - A proxima sessão é á noite. A ordem da noite é a mesma que vinha dada para esta manhã.

A primeira chamada é ás 8 horas e a segunda ás 8 e meia.

Está levantada a sessão.

Eram 2 horas e 20 minutos da tarde.

Documentos enviado para a mesa nesta sessão

Representação

Da Camara Municipal do concelho de Castello Branco, pedindo a prohibição da saida de cortiça que não seja raspada e recortada no pais, bem como a realização de tratados de commercio, tendentes a desenvolver a industria rolheira.

Apresentada pelo Sr. Presidente da Camara e enviada á commissão de commercio.

Declarações

Do Sr. Oliveira Simões, de que lançou na caixa dai petições o requerimento do capellão militar Manuel Rolão Correia, em serviço no Real Collegio Militar, pedindo que lhe seja contado para a reforma o tempo que serviu como parocho na freguesia da Soalheira, concelho do Fundão, diocese da Guarda.

Para a acta.

O Sr. Raposo Botelho, de que deitou na caixa das petições um requerimento em que o alferes de infantaria, Arnaldo de Mello pede que para effeito de promoção a tenente se lhe contem os tres annos do curso da Escola Polytechnica.

Para a acta.

O redactor interino = Albano da Cunha.