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Vff?íar~nps estudos superiores, ou como uma Instruc-ção Litteraria e Industrial tendente a esclarecer e ,a cultivar a razão humana, e a dirigi"r e aperfeiçoar os processos e as praticas de muitas Artes úteis á Sociedade. '---,.'

- Nas Escolas Primarias e' instruída a maioria dos Cidadão.s cotn aqoelíes conhecimentos que se reputam rriais necessários para-poderem dirigir-se ens todos os actos da vida social. Nas Escolas Secundarias adquirem os Cidadãos mais remediados um grande numero de conhecimentos que devem servir-lhes de grandes auxiliares nos misteres-e industrias, a que'se determinarem , cultivando por outro lado a razão, e aplanando a estrada dos estudos mais elevados. A Instrueçíio Elementar e', ou dev« ser para todos; a Intermédia somente para as Classes de uma certa abastança social.

É portanto incontestável-a utilidade pábíiea e 'privada, que devem resultar destas Escolas, e a grande influencia que devem exercer sobre os diversos ramos da produccào, 'suhministrandò um grande numero de luzes ás classes productoras, que não tem meios de ir buscar uma Instrucção mais perfeita quer nas Escolas especiaes quer.nas superiores; e foi por esles motivos, que o Governo:• pro-pox a creação de uma em cada Capital de Distri-cto de Diocese. - - '- > - •

.A Instrncção Secundaria deve cómprehender B l e'-m do latim, è do aperfeiçoamento da língua Portugiieza :

t .a Filosofia Racional e Moral , e princípios de Diveiío Natural; uma corno, theoria do espirito humano e base fundamentakpara o estudo profundo das Sciencias; e outra a Filosofia Moral, bem corno o Direito Natural , corno parte muito importante da educação das Classes Superiores.

2.a Oratória, Litteralura, Geograpbia e Historia , pela utilidade que prestam em diversas cir-cumstancias da vida Civil e Política.

3.a Arilhmetica, Geometria mm applicocões n*s Artes, e princípios de Álgebra ; noticia da Mis-, •loria da Natureza , Economia Industriai, e Kscri-plurnção, como convenientiâsimas á direcção de iodas as industrias, e especialmente importantes para a industria agrícola.

Eis-aqui .as disciplina,? que no entender do Governo devem ser comrnuns a todas-ou a quasi todas as Escolas Secundarias. Nas nossas circumstancias pore'in pareceu inconvjnienle .crear desde já e em toda a parte Cadeiras de Historia Natural, de.Economia Industrial, e de Escriptnraçào, e foi por isso que não se consignou no Projecto n preceito do seu estabelecimento se não em.alguns Lyceus, e pedindo, o Governo ao mesmo tempo a auctorisaçâo para poder crea-las nos réítanles, sempre que o j~ul-•giie opportuno.

A leni das Disciplinas que acima se designaram , entendeu ainda o Governo que conviria, que.em alguns Lvcens se ensinassem algumas, Scjencias iu-du

que nos diversos Districtos merecem uma mais eg» peciiil protecção, por serem tnais acconunodadas ás exigências das diversas localidades, ; podendo com tudo crear-sé desde já uma Cadeira de Agricultura e Economia Rural em Portalegre.

lista faculdade concedida ao Governo e tanto mais necessária, quanto e certo haver sotnprè btis-tante inconveniência em designar invariavelmente o numero e a natureza das Disciplinas que devem ser ensinadas nas Escolas, nào só porque a acção do tempo e os progressos do engenho humano, resistem áquella designarão, mas ainda porque sòr-ia absurdo sugeitar o pensamento de uma época ás necessidades e aos descobrimentos das épocas futuras. /. .. . - ' " • . "...'•••

Uma tal anctorisnçao concedida ao Governo faz ainda desaparecer o inconveniente, que poderia oc-cer.rer .de,secrearern repelítinamente de.--j exas avultadas, e menos proveitosas , com a Inslrurçào (Jc tirocirnos, cuja utilidade pode deixar de ser de>de logo apreciada pela. inlelligencia ;dos Povos, doúii-nados poderosãmenle pela forço dos velhos hábitos.

Atlendendo ás nossas circumstancias financeiras, julgou o Governo ,-qne, deviam e*tabelecer-se em todos os.Lycéus á excepção dos de Lisboa, Porto, 'Coimbra, Évora-e Braga, Cursos.Biennaes, em que cíida Professor regesse duos Cadeiras diminuindo assim consideravelmente a despeza sem grande inconveniente do serviço. Esta pratica já existiu entre nós, e como as..disciplinas,-.que hão de ser suc^ cessiva ou simultaneatnenle ensinadas polo mesmo Professor tem entre si bastante relação, não deve haver grande difficuldade eus leva-la á execução.

Grande tem sido a controvérsia entre homensdis-tinctos sobre a preferencia , que , para a cultura da razào, se deve dar ^ao estudo das lingnas, especialmente a latina. Ate' hoje o estudo do .latim tem merecido a preferencia aos homens mais dbtincios e de maior tino pratico, e é reconhecido eníre nós, que, cotn "quanto o saber a iingoa latina tenha pouca utilidade irnmediala para um eerto numero de pessoas, o seu estudo desenvolve muito a razão y dá muito conhecimento da l.ingoa .portugue.za ,. e é acompanhado de muitas noticias, que ao depois são de utilidade em diversas circurnslancias. São estas as ra/ôes , porque o Governo propõem ainda um crescido. niímero de Cadeiras de Iingoa latina tanto nos Lyceus, conio ,em muitas povoações do Reino.

Nos-Lyceus de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Braga , dá-se uma maior latitude ao estudo das Iingoa? , e ordena-se a creaçào de Cadeiras da Iingoa grega, franceza e. ingleza. A'primeira nle'm de ser a Iingoa antiga doPaiz, que foi o berço das artes, e a primeira pátria das Letras, e' de mais a lingoa das Sciencias, e a fonte originaria das lin-goas do meio dia da Europa; e deve por estas rã» xôes ser particularmente cultivada. As outras merecem ta'm bem ser generalizadas por serem o* idiomas , de Nações cultas e (Ilustradas, que se falla.ru ern todo o mundo, e em que se acham originariamente eícrípías muitas das melhoras obras d^ste, e do século passado. C).Governo collocou o ensino des^ : Ias Disciplinas né»tas Cidadi-s por entender, que ne*t»'s cêtitrós de maior população e civiíisação poderia »er mais aprovei i tido.