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O Decreto de 15 de Novembro de Í830 ordenou o "ensino da Geographia, da Historia, da Gymnasti-'ca , e do Desenho Linear nas Escolas de Instruo Cão Primaria ; porque ate agora ainda não-foi pôs» sivel encontrar Professores com as habilitações ne-:céssarias.

Achar com tenuissimos ordenados homens hábeis para o Magisteiio, parece um problema insolúvel; e a reconhecida impossibilidade de retribuir condignamente o grande numero necessário de Professores faria desesperar da 'C a ti sã da ci vilisação, se à "experiência não ensinuasse o meio de venc'ér a difficuldade.

A' Allernanlia e devida a importantíssima inveir-çâo das Escolas Normaes, em que os homens que se 'destinam ao Magistério aprendem .o que necessitam para o serviço do seu ministério. E' superior á toda a duvida a benéfica influencia e a utilidade geral desta creação. Nos diversos Estados da Alle-tnanha tem ella lido o seu maior desenvolvimento, mas tem sido introduzida na Inglaterra, na jttalia, na França , na Hespanha e ate' na Holanda não obstante possuir já habilissirnos Professores ; xc em Ioda a parte tem produzido os melhores resultados aperfeiçoando o estado da instrucção,

Em Portugal não é inteiramente nova esta ide'#, e posto que imperfeitamente applicada podemos já allegar a experiência a seu favor. O primeiro ensaio de Ksróla Norma! entre nós leve logar quando depois da Guerra da Península se estabeleceram as Escolas Hegimentaes. Creou-se uma Escola realmente Normal para habilitar os OftiHaes inferiores que deviam 'ensinar naquellas Escolas. Tornou depois a haver Escolas Normaes, quando se esta-belec^ram para in-strucçâo dos Professores as Escó* Ias Professionaes de Ensino Mutuo. Foram ensaios incompletos, mas cujos resultados depõem a javor desta instituição. Não resta pois senão desenvolver um principio já sancciunado pela experiência as-sim geralmente nos Paizes Estrangeiros, como igualmente rio nosso Paiz.

O Curso das Escolas Normaes deve eomprehen-der os objectos que os Professores hão de ensinar nas suas Escolas, e juntamente todos aquelles que são mais convenientes para sabr-retn devidamente ensinar. As Escolas Normaes devem *'er o centro de toda a luz da instrucção primaria: e accrescen-lando-lhe successivaTnenVe novas Cadeiras ou Estudos poderá insensivelmente elevar-se a inslrucção primaria em Portugal ao ponto a que e conveniente *e justo que chegue \

Qual seja o numero necessário das Escolas Normaes em Portugal é o que o Governo não ousa indicar, só a experiência o pôde ensinar. Pede pois a prudência que por ora se não crie mais de-que uma Escola.

Designar o local para as Escolas Normaes é objecto de svimma transcendência. Ao mesmo l em pó' que é conveniente que não estejam em povoações muito pequenas, é de grande importância desvjar o espectáculo de "luxo da vista de mancebos, que se educam para um emprego de tenuissima retribuição; e que devem ao mesmo tempo cultivar e eleva/ as suas faculdades inleilcctuaes tornando-se di-. gnos de funcçòes, que os pais não ousariam confiar a muitos indivíduos, que o Estado -relribue muito •mais generosamente. Todavia diversas considera-

ções persuadem íjue o logar talvez mais próprio para o estabelecimento da Escola Normal no Dis-tricto de Lisboa seja a Casa Pia estabelecida no extincto Convénio de S. Jeronyrno em Belém. A natureza do estabelecimento, o espectáculo de uma população geralmente de fortuna decadente são cir-cumstancias próprias para inspirar resignação a um " estado tão pouco brilhante, posto que digno da gratidão universal. Os alumnos poderão ali viver com muito pouca despeza pela commodidade que selbe$ deverá facultar de habitarem no edifício, e come-reiti juntamente com os alumnos da Cn?a Pia. Alguns destes sentir-se-hâo com vocação para o Magistério e até ambicionarão este modo de vida , alcançando-se assim mais facilmente o numero necessário de indivíduos habilitados para o Professorado.

Para alumnos da Escola não se deve esperar que 'concorram indivíduos das classes abastadas. Hoje . geralmente os Professores de instrucção Primaria ou são homens de fortuna decadente , ou pessoas a quem a difficuldaúe das circumstancias não per-mittiu seguir carreira mais brilhante e rendosa. Os aluirmos da Escola Nofma! não hão de provavelmente sair das classes mais remediadas. Todavia é, mui fácil encontrar nas condições'humildes mancebos sem esperança cie fortuna, e ao mesmo tempo pela sua boa inteUigencia e sãos costumes dignos do respeitável Sacerdócio da instrucção da mocidade.

Os Commissarios ou Inspectores dos Estudos nos .diversos Distticloâ., homens inteltigentes e zelosos, como devem ser da inslrucção, saberão conhecer estes indivíduos, que também não poucas vezes espontaneamente se lhes apresentarão. E porque a indivíduos em taes cireumstancias impossíveis seriam as. próprias diminutas despezas que e' necessário fazer para a frequência da Escola Normal , parece sem duvida que todos reconhecerão que o interesse publico pede que taes indivíduos sejam soccorridos pelo Thesouro. Para é^te fim será talvez bastante dcir mensalmente seis mi! reis a cada alumno, de modo que. sendo vinte o numero dos prestacionados far-se-ha somente com tão importante objecto a parca despeza de uni conto quatrocentos e quarenta mil réis annuaes.

E' indispensável que se seja irremissível no castigo das mais pequenas desordens cornmettidas pelos alurnnos da Escola. Deverá infalivelmente ser despedido qualquer alumno que der tnáo ext-mplo pela sua falia de applicação , ou desordem de costumes, porque se é condição, de toes Síscólas que ninguém venha a ellas senão chamado por verdadeira vocação para o Magistério ; seria não conhecer a índole desta instituição, stippôr que deva ou possa haver na Escola Normal aiumnns que não s <_- que='que' a-m='a-m' de='de' poderá='poderá' senão='senão' por='por' escola='escola' para='para' desempenhar='desempenhar' se-='se-' não='não' forçoso='forçoso' mocidade='mocidade' modo='modo' consinta='consinta' á='á' parecia='parecia' mostre='mostre' funcções='funcções' e='e' co-rdial='co-rdial' applicarem='applicarem' é='é' resolução='resolução' j='j' qualquer='qualquer' unicamente='unicamente' chgnarnenlo='chgnarnenlo' p='p' as='as' movidos='movidos' na='na' instrucção='instrucção' desti-11-at-se.='desti-11-at-se.' quem='quem' peia='peia' da='da'>