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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

fazenda, representações da camara, juntas do parochia e povos da ilha do S. Jorge, pedindo que se estabeleça laquei-la ilha uma delegação de saude, composta de um guarda mór e uma pharmacia, como foi concedido ás ilhas das Flores, Fico, Graciosa, e Santa Maria, pelas cartas de lei do 7 e 23 de maio proximo passado.

N’essa occasião tambem se enviou á mesma illustre commissão um projecto do lei, por mim apresentado sobre este importante assumpto, e digo importante, porque -não póde uma povoação da 20:000 habitantes estar privada d'este beneficio que gozam as ilhas a que me refiro...

Peço á illustre commissão que se apresse a trazer á camara o sou parecer, a fim de ser, votado, como espero, o beneficio que se solicita, e que julgo do alta justiça, vistas as circumstancias, hoje especialissimas,.em que se acha a, ilha de S. Jorge, que tom tanto direito como, as.outras ilhas a ser soccorrida com os recursos medicos que não po3sue.

O sr. J. J. Alves: -Tenho a dizer ao illustre deputado que sou eu o relator do projecto a que s. ex.ª se refere, o que brevemente apresentarei o parecer sobre elle, porque julgo o negocio importante e justo.

O sr. Jeronymo Pimentel: — Desejando renovar a iniciativa do um projecto do lei que apresentei n'esta camara, na sessão de 15 do março de 1875, e que. tinha por fim tornar municipal a bibliotheca publica da cidade de Braga, mando para a mesa a competente nota.

O sr. Dias Ferreira: — Na sessão de 21 do corrente apresentou o illustre deputado, o sr. Joaquim Antonio Neves, uma representação da camara municipal de Ourique, na qual pede Ihe sejam concedidos 03 restos das ruinas da antiga igreja do li. Thiago d'aquella villa, e acompanhou esta representação de um projecto de lei, para que a dita concessão se verifique por effeito de lei: acabo, porém, do receber d'aquella localidade dois documentos que dizem respeito a este negocio, os quaes remetto para a mesa, e peço que sejam enviados á mesma commissão a que foram a representação e projecto, a fim do que ella os tenha presentes quando tratar do resolver este assumpto.........

O sr. Pires de Sousa Gomes: — Pedi a palavra para requerer que, pelo ministerio das obras publicas, sejam, enviados a esta camara differentes documentos relativamente ao caminho de ferro do Algarve, para cuja construcç3a_o-sr. ministro das obras publicas apresentou hontem á camara uma proposta de lei.

Folgo muito com a apresentação d'essa proposta, porque vejo que se trata finalmente da construcção de uma linha de viação accelerada que me parece devia estar, construida1 ha muito tempo, linha cuja construcção tem sido tantas vezes. recomeçada, e tantas vezes infelizmente interrompida.

Folgo muito por ver que se traía do tornar produtivos os capitães que estão por ora empregados improductivamente na parte do caminho do ferro do Algarve, entre Faro e a Portella da Silveira, na extensão do 59 kilometros, em que as terraplanagens e obras da arfe para via larga estão, ha muito, quasi terminadas.

A linha de viação accelerada, que devo ligar a provincia do Algarve com o centro do paiz, tem sido sempre considerada como uma linha importante. Assim a tem considerado u associação dos engenheiros civis, nas discussões em que tem ocupado da rede das linhas ferreas no nosso paiz. Assim a considera, no relatorio apresentado em 25 de maio do anno lindo ao sr. ministro das obras publicas, o distinctissimo engenheiro o sr. João Chrysostomo de Abreu e Sousa, e igualmente os differentes engenheiros que se têem ocupado d'esta questão.

A disposição orographica do nosso paiz, exigindo que ao norte do Tejo haja, na direcção norte-sul, duas linhas principais, uma mais ou menos proxima da costa, e a outra aproximando-se da fronteira, permitte que no sul do Tejo tem uma unica linha central para ligar o centro do paiz com as provincias do sul.

A importancia que esta posição central dá aquella linha, assim como muitas outras considerações que não apresentarei agora, porque seriam deslocadas, mas que terei occasião de apresentar quando esta questão for aqui discutida, tem produzido em mim a convicção de que a linha do Algarve deve ser de via larga.

A proposta apresentada por s. ex.ª, o sr.. ministro das obras publicas, é, pelo contrario, para que aquella linha seja de via reduzida.

Foram, de certo, muito ponderosas as rasões que levaram s. ex.ª a adoptar esta opinião; mas eu, desejando seguir a questão, tanto na commissão de obras publicas, do que tenho a honra do fazer parte, como depois na camara, preciso munir-me dos documentos que julgo necessarios pára me elucidar sobre ella, e. para ver se sou eu que estou em erro o que devo mudar do opinião, ou se terei do votar vencido se, porventura, ficar,.na persuasão, em que hoje estou, de que a construcção do caminho de ferro do Algarve com via. reduzida é um erro economico de que, mais tarde, teremos de arrepender-nos.

O documento, que peço, consta do meu requerimento. (Leu.)

O requerimento é o seguinte:

Requerimento

Roqueiro que, pelo ministerio das obras publicas, seja enviado a esta camara:

Copia, do orçamento relativo ao projecto do caminho' do ferro do Algarve, feito pelo engenheiro Nuno Augusto de Brito Taborda.

Copia da consulta da junta consultiva de obras publicas sobre aquelle projecto. -Joaquim Pires de Sousa. Gomes, deputado, pelo circulo n.º 12.

Enviado á secretaria para expedir com urgencia.

O sr. Ministro das Obras Publicas (Lourenço de Carvalho): — Não tenho a minima reluctancia, antes pelo contrario, em mandar á camara todos os esclarecimentos technicos ou do outra qualquer natureza que possam elucidar esta questão ou qualquer outra submettida á consideração da camara. '.„ '

Isto para esta questão, o para todas, porque eu peço licença a v. ex.ª e á camara para repetir talvez uma; declaração, e affirmar mais uma vez o meu modo de pensar; e digo repetir uma declaração, e affirmar' o meu modo de pensar, para que me não avaliem erradamente.

Desejo que todas as questões sejam tratadas com o maior conhecimento de causa, com a maxima proficiencia, com o maior desprendimento de todas as paixões partidarias e de todas as suggestoes politicas. Eu, pelo meu caracter, pelo meu modo de pensar e pelo impulso natural do 'coração, sou completamento antipathico a questões de qualquer natureza politica ou partidaria, (Apoiados.) e o meu ministerio, sobretudo, não tem outro caracter, outra feição, senão apresentar ao parlamento as propostas, de lei, que tenham por fim melhorar o estado material do paiz,.o concorrer para a sua prosperidade, pondo, por consequencia, de parto toda e qualquer feição, politica,

, Desejo muito trazer A camara todos estes esclarecimentos, e vejo que o illustre deputado deseja concorrer, com o seu estudo o com o seu voto para a boa resolução d'esta questão. Desejo isto, o confio inteiramente em que todos os illustres deputados procedam da mesma maneira.

Demonstrada que seja a erronea apreciação da minha parte n'esta questão, não tenho reluctancia alguma em pôr inteiramente do lado o pensamento da construcção do caminho de ferro de via estreita, o preferir a via larga.

Não tenho pertinácia de opiniões a ponto, de insistir em qualquer pensamento que a minha consciencia me não indique como verdadeiro e exacto, e lambera não quero de modo algum proclamar a infallibilidade da minha opinião. 'Ninguém é, monos competente para isso do que eu.

Por consequencia acceitarei, tanto n'esta questão, como