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Sessão de 8 de Janeiro de 1919 19

Ora não me consta que o Sr. Afonso Costa tivesse deixado de ser professor de Direito da Universidade de Lisboa. Se o Sr. Afonso Costa está exilado parece-me que não poderia ser professor. E com que direito anda então em França caluniando o país?

E a isto que desejava que o Sr. Ministro da Instrução me respondesse numa das próximas sessões.

Para que a Câmara veja que não faço uma afirmação estulta, quando falo na desorientação dos republicanos, vou ler umas palavras ditas nesta Câmara em 9 de Dezembro pelo Deputado Sr. Cunha Liai. Disse S. Exa.

Leu.

E o Sr. Carlos da Maia fez o seguinte aparte:

Leu.

Eu sei que estas palavras, quer dum, quer doutro Sr. Deputado, por quem eu tenho a maior consideração pessoal, de nenhuma maneira podiam ser consideradas como um incitamento ao infame crime de 14 de Dezembro.

Mas estas palavras foram transcritas em jornais franceses, e divulgadas por Afonso Costa e Bernardino Machado, como sendo realmente um incitamento ao crime.

Êles queriam assim fazer crer à opinião pública francesa que o estado dos espíritos ora de tal ordem que até na própria Câmara dos Deputados se pedia a morte do Sr. Sidónio Pais.

Sr. Presidente: sob um outro ponto de vista ou vejo que ainda hoje o Sr. Cunha Lial veio aqui fazer um ataque cerrado ao Govêrno, não propriamente pelo Govêrno em si, mas pela orientação que êle representa, que é a de governar com ordem e firmeza contra as demagogias.

O Sr. Cunha Lial, cujas boas intenções eu respeito, mas de que discordo...

O Sr. Cunha Lial: - Corno eu respeito as de V. Exa.

O Orador: - O Sr. Cunha Lial é um dos bons republicanos que começa a estar desorientado, e como S. Exa. há outros.

Evidentemente, Sr. Presidente, faço votos por que a situação se esclareça cada vez mais, e estou certo que o Govêrno da presidência do Sr. Tamagnini Barbosa há-de esclarecer a situação duma maneira tal que não sejam permitidas dúvidas. O Govêrno que a Nação quere, o eu assim falo porque vi a Nação inteira apoiar o Presidente Sr. Sidónio Pais, tanto na vida como na morte, o Govêrno que a Nação quere é um Govêrno de ordem e de trabalho, que não permita os excessos de nenhuma demagogia. São igualmente censuráveis os excessos praticados pelas direitas e pelas esquerdas. Sou um homem imparcial. Fui um dos poucos Deputados do Partido Evolucionista que na primeira Câmara dos Deputados da República apoiou o Sr. Camilo Rodrigues, quando êle levantou a campanha contra a formiga branca, contra êsse bando de criminosos. Por isso, Sr. Presidente, eu hoje aqui peço ao Govêrno, peço ao Sr. Ministro do Interior que ponha cobro, seja do que maneira fôr, à situação criada na cidade do Pôrto por um bando de indivíduos que para mim são hoje como era antigamente a formiga branca. Não admito que se espanquem adversários, nem em nome da República, nem em nome da monarquia. São processos com os quais sou absolutamente intransigente, e assim como peço ao Govêrno que castigue os instigadores e culpados da morte do Sr. Sidónio Pais, peço também que meta na ordem e castigue os indivíduos do Porto, se êles põem em estado de sítio a cidade e agridem seus inimigos, muitas vezes pessoais, nem sequer políticos, procedendo assim muitas vezes com a protecção das autoridades.

Espero, Sr. Presidente, que o Govêrno, cumprindo a promessa que hoje fez à Câmara, cuidará da Pátria e da República, e tratará de seguir a orientação firmemente marcada por Sidónio Pais, orientação que é absolutamente no sentido de manter a ordem e garantir a liberdade e os direitos de todos os cidadãos.

Tenho dito.

O discurso revisto pelo Orador, será publicado quando êle devolver, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Santos Moita: - Sr. Presidente: faço uso da palavra porque, numa das primeiras sessões desta Câmara, fui eu quem pretendeu levantar o estandarte da República. Fui eu quem, num desafio altivo e forte, reptei a minoria monárquica