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22 Diário da Câmara dos Deputados

perante o estrangeiro, necessitando, portanto, de viver no meio da ordem; e êle, o país, está de certo comigo pensando isto mesmo. Porém, não basta punir os criminosos que assassinaram o Presidente, porquanto os culpados não são só os que dispararam as pistolas. São igualmente os que armaram os criminosos, os que os sugestionaram dia a dia, lentamente, por meio de jornais, em conferências, em associações secretas, em propagandas de toda a espécie que excitaram criminosos d jaez dos que vitimaram o saudoso Presidente, pela memória sagrada viverá eternamente, como de um grande português (Muitos apoiados nas direitas).

Sr. Presidente: é necessário ir até onde fôr preciso (Muitos apoiados na direita), e confio que o Govêrno, cuja energia do seu Presidente ninguém poderá pôr em dúvida, não hesitará em ir até o fim na punição dos criminosos. (Muitos apoiados na direita).

Preguntou o Sr. Miguel de Abreu ao Sr. Ministro do Instrução, meu querido amigo, qual era a situação do Sr. Afonso Costa, professor da Faculdade de Direito na universidade de Lisboa, que sem estar doente, e não tonel o sido expulso do país, gozando perfeita saúde, não exerço o seu lugar, e está lá do fora caluniando a Pátria.

Se é verdade que foi êle que mandou para os jornais aquela declaração tam discutida, não pode ser mais professor em Portugal, pois que essa declaração não é mais do que uma provocação ao assassinato (Apoiados na direita), visto que ela diz que o assassino do Sr. Dr. Sidónio Pais não está fora da esfera de apreciação política. Portanto, êsse professor não pode continuar a educar!

Se êle continuar a ser professor, eu como pai, com todo o amor da minha alma, direi às mães portuguesas que não mandem mais os seus filhos às escolas de Portugal (Muitos apoiados na direita), visto estar fora de toda a moral o que se lê na declaração dêsse professor. (Apoiados na direita).

É, portanto, necessário que o Govêrno diga qual a situação do professor Afonso Costa, se êle ainda pode continuar a ensinar os nossos filhos, como preguntou o Sr. Miguel de Abreu.

Se êle continuasse sendo professor, êsse facto seria moralmente a condenação de Portugal perante o estrangeiro.

Mas não. A pequena Pátria portuguesa não morrerá. Ela, como um só homem, erguer-se há, lutando pelo seu brio e dignidade.

O Govêrno da presidência do Sr. Tamagnini Barbosa há-de continuar a obra do Sr. Dr. Sidónio Pais, sem transigências nem solidariedades com aqueles que causaram a sua morte.

Era positivamente obra dele a nossa situação internacional. Há no Govêrno pessoas que estiveram na mais estreita intimidade do seu pensamento, tam impregnado do patriotismo; a sua presença é para mim garantia de que o Ministério não se afastará do objectivo do seu pensamento, refiro-me ao Sr. Presidente do Ministério, ao Sr. Ministro do Trabalho, ao Sr. Ministro dos Abastecimentos, e, emfim, a todos aqueles que colaboraram e viveram com o Sr. Dr. Sidónio Pais.

Tenho a certeza de que a sua política internacional continuam, e espero que o país virá a saber porque é que entrou na guerra.

Bem sabemos que Portugal entrou no conflito europeu como entram todos os pequenos países nas grandes conflagrações, arrastados, porque não podem manter uma neutralidade absoluta; e Portugal, de acordo com a sua política internacional, pendeu para o lado da sua velha aliada a Inglaterra.

E isto um facto de fácil explicação,, mas também é certo que o país tem direito a saber quais as negociações feitas e quais as circunstâncias em que cooperamos na guerra. (Apoiados).

Sr. Presidente: não era só em medidas de carácter internacional, na manutenção da ordem, em medidas de atracção e de dignificação perante o estrangeiro, que se, cifrava a grande aspiração de Sidónio Pais.

Êle tinha ainda outro belo objectivo a realizar: o da reconstrução após esta hora atroz de destruição.

Não tivemos a guerra em casa, mas temos tido outros adversários permanentes que, se não têm destruído as nossas casas, têm destruído, todavia, as nossas almas e ideas, desorganizando a vida portuguesa. (Apoiados).

Entre os vários assuntos que constituem essa reconstrução, encontra-se e