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34 Diário da Câmara dos Deputados

Não são precisas moções de confiança ou desconfiança. O Sr. Deputado socialista fez 'há pouco uma declaração, e eu peço a V. Exa., Sr. Presidente, que a transforme em moção, e seja posta à votação a frase em que diz: "O Govêrno não tem a confiança da Câmara dos Deputados". Requeiro, pois, a V. Exa. a votação sôbre essa moção. Embora todos os votos dos monárquicos e católicos, e peço desculpa a V. Exas. fôssem para essa moção, eu ficaria neste lugar, se a maioria votasse a conservação do Govêrno.

Acato o acoito todas as indicações do Parlamento; as indicações dalgum parlamentar não as acatarei. Já disse há pouco que me prontificava a esclarecer todas os pontos. de dúvida acerca da história dos acontecimentos, e estou disposto a mostrar toda a documentação do assunto, seja a quem fôr que me procure, e, seja-me permitido dizê-lo, por muito poucas pessoas fui procurado nestes dias amargos da minha vida.

Nomeei para comandante da divisão de Viseu o Sr. general Abel Hipólito.

O Sr. Cunha Lial (em aparte): - Que V. Exa. deixou prender.

O Orador: - O Sr. Abel Hipólito foi para Viseu com os elementos que quis; ofereci-lhe tudo quanto necessitava e quisesse.

Foi nomeado chefe do estado maior da divisão de Viseu o tenente-coronel Sr. Faria, e até aconselhei a que deslocasse o quartel general para a Guarda.

Não pense o Sr. Celorico Gil que eu trairia a República neste lugar.

Vozes: - Muito bem.

O Orador: - Não lhe digo tudo o que penso neste momento porque me reservo para o dizer a V. Exa. noutro lugar. Compreende-me onde quero chegar.

Tive, apesar de tudo, nessa ocasião, elementos de valor, dedicações extremas, que se me ofereceram, como o Sr. Feliciano da Costa, que se ofereceu para ir chefiar o gabinete apesar de S. Exa. ter ocupado posições de destaque. S. Exa. foi para chefe do gabinete do Ministério da Guerra. Porêm todas as ordens dadas por S. Exa. eram apanhadas pela junta militar, que estava assim de posse de todas essas ordens.

Entretanto mandei, emissários, tive emissários, que são parlamentares, copio o Sr. Carlos de Oliveira, que me trazia informações, e ou através de S. Exa. fazia conduzir informações, e creia-me V. Exa. que não era absolutamente nada senão isto: se há elementos para a luta vão para a luta, que eu já esgotei todos os elementos suasórios.

Pensar nas consequências graves poderiam advir, não digo para a República, mas para, a Pátria, foi o que me fez ir a Belêm expor ao Sr. Presidente da República a situação e dizer-lhe, com franqueza, que uma solução ainda havia; e S. Exa. querendo, como eu evitar o derramamento do sangue, convocou os Presidentes das Câmaras, os leaders dos três partidos e ouviu o seu conselho autorizado.

Realizaram se démarches, disso o Sr. Correia Lial. Sem dúvida alguma.

Realizaram-se entendimentos, disse o Sr. Colorido Gil. Absolutamente verdadeiro.

Como se realizaram êsses entendimentos?

Procurando-se a plataforma onde nos pudéssemos ajustar, liquidando a questão com honra para ambas as partes. Pois êsse facto criticou-se.

Se eram as pastas políticas que interessavam a junta, e as que então se encontravam vagas eram as do Interior, da Guerra e da Justiça, não tive dúvida de sôbre essas pastas ouvir indicações, não contudo de auvir as indicações respectivas associações.

Assim, aconteceu com a pasta da agricultura.

Estando então vaga essa pasta eu disse: podem V. Exas. indicar um nome, contanto que eu aceite, e seja aceito tambêm pela Associação de Agricultura.

Fiz, creiam V. Exas., o que pude fazer; fiz o que um português no meu lugar faria, o que um republicano no meu lugar faria.

Os pon tos de dúvida vou esclarecê-los.

Sr. Presidente: não trago para aqui nem o relato de assuntos de confiança, de carácter reservado - não é isso próprio do meu carácter - nem tam pouco quero, ao de leve sequer, tocar na vida