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30 Diário da Câmara dos Deputados

Eu pregunto ao Sr. Presidente do Ministério se não tinha, na sua mão elementos para esmagar essa junta!

Sr. Tamagnini Barbosa, V. Exa. teve de aceitar todas as imposições da junta militar, que provocou o movimento mais desgraçado que se tem dado em torras portuguesas, o tanto assim foi, que o outro Ministério teve de cair para ceder às imposições que V. Exa. não devia de maneira alguma aceitar.

Vários Ministros já dêste Ministério tiveram de abandonar as cadeiras do Poder.

V. Exa. viu-se na necessidade de transigir com essa gente. E preguuto eu: porque saiu do Ministério o Sr. Côrte Rial?

Sr. Tamagnini Barbosa: tenho de o acusar e acusar muito. Tenho de nesta casa fazer afirmações tremendas e arrojadas contra a sua situação política.

Não quero massar a Câmara, mas proponho-me demonstrar politicamente por que caminho errado segue, se V. Exa., Sr. Presidente do Ministério não tiver a feliz idea de hoje, porque amanhã talvez já seja tarde, abandonar essas cadeiras.

Noutro tempo, em que eu combati Afonso Costa, depois de ter combatido igualmente o empréstimo de 8:000 contos para Angola, consegui, fugir para Espanha, e nessa terra hospitaleira eu disse a Afonso Costa:

- Sr. Afonso Costa, eu tive a coragem de fugir, mas o senhor não a tem e há-de ser preso em Portugal!

Só me faltou falar no Hotel do Pôrto e no quarto n.° 52.

Risos.

O Orador: - Tambêm quando Bernardino Machado teimou em ir a Paris cumprimentar o exército que se batia em França, eu disse:

- Teima em ir? Pois vá e não volte, que é um conselho que lhe dá um velho amigo.

Agora, Sr. Presidente, do Ministério, vou dizer-lhe ainda uma cousa; o Sr. está numa situação, em que pode escolher das duas cousas: fugir para o estrangeira ou dar um tiro nos miolos.

Risos.

O Orador: - Ou melhor ainda, Sr. Tamagnini Barbosa, fugir para o estrangeiro e aí dar um tiro nos miolos.

O discurso, revisto pelo orador, será publicado quando forem devolvidas, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Maurício Costa: - Mando para a Mesa um requerimento, para que o Sr. Nobre de Melo seja nomeado para a comissão de inquérito sôbre o assassinato do Sr. Presidente da República. (Apoiados.).

Vozes: - Isso não é requerimento.

O Sr. Presidente: - A sessão está prorrogada apenas para a matéria que está em discussão.

Vozes: - Muito bem, assim é que é!

O Sr. Feliciano da Costa: - Sr. Presidente: já estou habituado a ver desde o principio da nossa história, que nos vinham todo o género de especiaria da Índia e da China, por isso não me admira que hoje se continue com o que eu chamarei chineses. E esta a fórmula porque se apresenta o Govêrno, pois outra não vejo, nem a fórmula política nem a fórmula parlamentar.

Uns Ministros estão ali porque eram amigos do Sr. Dr. Sidónio Pais, outros porque o Sr. Presidente do Govêrno se lembrou deles. E aqui temos nós um Govêrno criado por artes de berliques e berloques.

Diz-se também que as juntas impuseram nomes.

O Ministro do Trabalho é o Sr. Eurico Carneira, amigo muito devotado do falecido Presidente da República. Quantos amigos teria o Sr. Presidente da República depois de 5 de Dezembro?!

Mas, Sr. Presidente, era ou foi o Sr. Cameira amigo do Sr. Sidónio Pais; antes ou depois de 5 de Dezembro de 1917?

Posso afirmar à Câmara que, passados cinco meses daquela data, o Sr. Sidónio Pais que pô-lo fora do Palácio de Belêm, e oito dias antes de partir para Roma, S. Exa., contando-me as agruras da sua vida política, enumerou o Sr. Cameira na lista dos homens que dia a dia, o iam le-