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Sessão de 3 de Dezembro de 1919 15

simpatia e uma consideração maiores do que aos outros.

Vozes: - Não apoiado!

O Orador: - E uma suspeita dessa ordem não é compatível com a dignidade do cargo que exerço.

Por mim e pelo prestígio da Câmara não posso permitir que ela tenha o menor fundamento, ainda que aparente. Devo a todos os Srs. Deputados um respeito e uma solidariedade igual sem ter que lembrar qual o grupo parlamentar á que pertencem. Por isso. peço ao Sr. Júlio Martins, como leader do partido popular e ao Sr. Costa Júnior, como leader do partido socialista, que abandonem, as resoluções que tomaram. Estou certo de que não recusarão mais êsse serviço à República e essa atenção à Câmara e a mim.

O Sr. Júlio Martins: - Ouvi com toda a atenção o apelo de V. Exa., Sr. Presidente, à minha pessoa e ao representante do Partido Socialista nesta Câmara para renunciarmos à resolução que tomámos de não entrar na comissão.

Fica muito bem a V. Exa. a sua atitude, e outra cousa não era de esperar do seu espírito conciliador.

Tanto a minoria socialista como nós reconhecemos não podermos ir à eleição por favor. (Apoiados).

Porque assim o reconhecemos, fazemos a declaração de que nos abstemos de ir a essas comissões. (Apoiados).

É isto por espírito de rêvanche contra a eleição? Não. (Apoiados). Nós queremos a legalidade não levantando incidentes acêrca da legalidade da eleição que hoje teve lugar. (Apoiados).

Nós mantemo-nos nestas condições: a nossa situação é acima das comissões.

Não fizemos nenhuma diligência para entrar hoje nas listas, como não a não fizemos ontem tambêm.

Encontramo-nos nas Câmaras.

Aqui trabalharemos, e assim colaboramos nos seus trabalhos.

Colaboramos na sessão parlamentar.

Agradecendo as suas palavras, em nome dos meus colegas parlamentares mantenho as minhas considerações.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Costa Júnior: - A minoria socialista declara não colaborar nas comissões.

Não temos feito questões estéreis, estando prontos sempre a colaborar em todos os trabalhos parlamentares.

Podem contar sempre com o nosso espírito mais alevantado e liberal para todas as questões que se ventilem.

O orador não reviu.

O Sr. António Fonseca: - Agora que está liquidado o incidente, tenho apenas em mim lembrar um facto novo: qual o de fazer representar dentro de todas as comissões todos os grupos parlamentares.

Neste momento grave, V. Exa. o salientou, é preciso que realmente haja o concurso de todos a bem do País.

Nestas condições, para que não estejamos à mercê de pequenos incidentes que não tem valor que no momento se lhes pode atribuir, era isto preciso.

O sistema das comissões é rialmente defeituoso.

Assim ficaria acautelada a representação de todos os grupos fazendo a representação não proporcional, mas por maioria e minoria.

Vozes: - Não é necessário.

O Orador: - E necessário e indispensável porque compreendem: pode um deputado dum partido não querer fazer parte duma comissão porque representa um favor.

Assim nas comissões fica estabelecido pelo Regimento a representação de todos os grupos parlamentares (Apoiados).

Se há competências em todos os partidos, porque não havemos de ter a colaboração de todos êles nas comissões?

Seria até muito interessante que todas as correntes políticas tivessem representação nas comissões. Assim nos estudos a que elas tivessem de proceder, agitar-se iam as diversas ideas pelos prismas por que elas são encaixadas nos diversos partidos políticos. Estou mesmo convencido de que, desta forma, todo o trabalho das comissões resultaria mais profícuo.

Interrupção do Sr. Mariano Martins que não se ouviu.

Trocam-se àpartes.