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12 Diário da Câmara dos Deputados

blicanismo e pelo seu patriotismo, de estar a presidir a uma sessão da Câmara dos Deputados que, embora composta de elementos políticos diferentes, têm por V. Exa. a mais alta consideração e confia inteiramente no espírito recto e imparcial.

Sôbre o significado da eleição do hoje, eu estranho bastante as considerações do meu ilustre amigo Sr. António Granjo. É, talvez, um facto único na história das eleições parlamentares o levantar-se um incidente a propósito das eleições realizadas. As eleições são por escrutínio secreto e, nestas condições, eu pregunto ao Sr. António Granjo se elo tem conhecimento dos votos entrados na urna...

O Sr. António Granjo: - Eu tenho o convencimento consciente do que afirmei, porque tenho a inteligência suficiente para o poder fazer.

(Muitos apoiados).

O Orador: - Eu não discuto as qualidades de inteligência do ilustre Deputado, porque desde rapaz que estou acostumado a aprecia-las; mas, tratando-se de um voto de carácter secreto, eu continuo a preguntar se há alguêm que tenha a veleidade do afirmar duma maneira absoluta e consciente quais os indivíduos que votaram.

Mas, a começarem os trabalhos parlamentares por esta forma, mal vai para a eficácia e utilidade dos seus resultados.

(Muitos apoiados).

Depois, vejam V. Exas. a sem razão de S. Exa. ao afirmar que um Deputado do Partido Republicano Liberal tivera um desdobramento...

E absolutamente certo e absolutamente verdadeiro, mas, Sr. Presidente, essa teoria jamais nós a podemos aceitar na eleição duma Mesa da Câmara.

Não tem razão o Sr. António Granjo em vir proclamar a indisciplina do Partido Democrático, se porventura votou como entendeu; e até poderíamos perguntar a S. Exa. qual a disciplina do seu partido quando do congresso que realizou.

Sr. Presidente: atribuir individualmente, quási com certeza, os votos secretos e anónimos é uma maneira de sermos levados a interpretações muito antagónicas.

O Sr. António Granjo levantou ontem um incidente e afirmou à Câmara que não considerando a eleição da Mesa um acto de hostilidade ao seu Partido, a considerava, comtudo, um princípio de incorrecção.

Para facilitar ao Partido Republicano Liberal .uma absoluta e completa representação, talvez quási idêntica à representação democrática, eu declaro, em nome dos meus amigos políticos que, embora nos mantenhamos numa atitude de intransigência contra o Govêrno, nos absternos absolutamente de entrar nas comissões.

O orador não reviu.

O Sr. Costa Júnior: - Sr. Presidente: em nome da minoria socialista ou cumprimento V. Exa. pela sua justa e merecida eleição ao alto cargo de Presidente desta Câmara.

Poucas considerações farei, mas desejo expressar-me clara e categoricamente.

O Partido Socialista, sendo um Partido intransigente com o Govêrno, declara que não aceitará nenhum lugar nem entrará em nenhuma comissão.

O Sr. Diogo Pacheco de Amorim: - Sr. Presidente: pedi a palavra para felicitar a Câmara dos Deputados o para me felicitar a mim mesmo pela acertada escolha que acaba de ser feita na pessoa de V. Exa.; e bem assim, Sr. Presidente, para felicitar V. Exa., não só pela alta prova de consideração com que a Câmara acaba de o distinguir, mas principalmente pelo muito que V. Exa. dela se tornou digno, pela recta imparcialidade e fino tato com que tem presidido aos trabalhos desta Câmara. (Apoiados).

O Sr. António Granjo: - Sr. Presidente: comecei há pouco as minhas declarações dizendo que todos nos devíamos determinar pelos nossos sentimentos de republicanos, e fui o primeiro a afirmar que embora eu pudesse legitimamente considerar a situação no mesmo pé de ontem, em todo o caso - e para isso bastavam as considerações do ilustre leader da maioria democrática - as minhas palavras seriam diferentes, trazendo á Câmara a afirmação de que iríamos às eleições das comissões do Parlamento.