O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 10 de Dezembro de 1919 7

verdade e da humanidade. (Apoiados), por todos aqueles que derramando o seu sangue quiseram que Portugal mais uma vez inscrevesse nas páginas da sua épica história, uma linha brilhante de sacrifícios próprios da nossa alma e das nossas conveniências.

Aos meus camaradas um abraço de verdadeiro amigo e verdadeiro português.

Dito isto vou entrar no assunto para que pedi a palavra. Ontem no final da sessão recebi um telegrama da Câmara Municipal do S. Vicente, comerciantes e povo, e hoje já recebi outro da Associação Comercial, que passo a ler.

Eu, logo que êsses bolchevistas a que se referem os telegramas desembarcassem em S. Vicente, vi quanto isso desagradaria a êsse povo; o Sr. Vera Cruz levantou-se no Senado e protestou já contra êsse facto.

Eu sou amigo do Sr. Presidente do Ministério, e fui seu companheiro de estudo e nas lides e trabalhos durante muito tempo nos regimentos, tenho por êle a máxima estima e consideração, pelo que entendi que não devia levantar êste assunto na Câmara sem a prevenir, o foi o que fiz no final da sessão de ontem, mas S. Exa. estava muito cansado e não me pôde dar atenção.

Cabo Verde há mais de 400 anos que sofre e não merece êste castigo. Cabo Verde há muito que tem uma crise permanente.

Cabo Verde não merece êste castigo! Eu não sei o que quere dizer esta idea bolchevista, nem até agora tive tempo de estudar as suas teorias, mas respeito todas as ideas e não quero empanar as ideas bolchevistas, mas o facto é que em toda a parto onde êsses indivíduos têm desenvolvido os seus processos têm empregado sempre a desordem.

Peço a V. Exa., Sr. Presidente, para transmitir ao Sr. Presidente do Ministério o que acabo de dizer, que o povo de Cabo Verde vê com muita mágua o facto dêsses bolchevistas irem para lá onde não há forças, nem presídios; mas estou certo que assim como a lepra em 100 anos não produziu até muitos estragos, pornãoser o seu habitat, tambêm esta lepra não se desenvolverá, pois êsse povo não tem tempo para pensar nessas cousas, está nas suas lides e só pensa no trabalho. Peço a V. Exa. para transmitir as minhas considerações ao Sr. Presidente do Ministério, e se preciso fôr dizer-lhe que êsse povo de mãos postas lhe pede que não mande essa gente para Cabo Verde.

O Sr. Jorge Nunes: - Recebi uma representação da Câmara Municipal do Pôrto, pedindo que V. Exa. empregue os seus melhores esfôrços para conseguir da comissão encarregada do estudar o projecto dos funcionários administrativos dê o seu parecer, a fim de assunto voltar à tela da discussão, para retomar qualquer resolução.

O orador não reviu.

O Sr. Joaquim Brandão: - Mando para a Mesa um projecto de lei do interêsse para a Câmara Municipal de Cezimbra.

Dispenso-me de o justificar porque o relatório que o procede o justifica bem.

Peço urgência para o projecto.

A urgência foi concedida e o projecto de lei vai adiante por extracto.

O Sr. Nóbrega Quintal: - Peco a V. Exa. para me reservar a palavra para quando estiver presente o Sr. Ministro das Colónias, pois tenho um assunto interessante a tratar com S. Exa.

Já disse numa sessão que não sabia se o Sr. Ministro das Colónias existia; não sei se S. Exa. está em Lisboa e se está disposto ou não a vir a esta Câmara.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Transmitirei ao Sr. Ministro das Colónias os desejos de V. Exa.

O Sr. Pais Rovisco: - Quando entrei nesta sala ouvi o representante de Cabo Verde falar em bolchevistas que o Govêrno tinha mandado para Cabo Verde.

Eu desejava preguntar ao Sr. Presidente do Ministério se êsses indivíduos foram julgados ou se voltamos à lei de 13 de Fevereiro.

Eu desejava, portanto, que V. Exa. fizesse a. gentileza de transmitir ao Sr. Presidente do Ministério o desejo que temos de que S. Exa. venha aqui, quanto antes, dizer se êsses indivíduos, que sob a acusação de bolchevistas seguiram para