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6 Diário da Câmara dos Deputados

da guarda republicana 10:000 e tantos quilogramas, à Assistência 10:000 quilogramas, aos hospitais civis 9:525 quilogramas,, à Cadeia Nacional 900 quilogramas, às farmácias, que tanto se têm queixado, 14:000 quilogramas, a instituições de previdência 3:300 quilogramas, a cooperativas, hotéis, restaurantes, botequins, etc... 12:000 quilogramas, a colégios e escolas 31:315 quilogramas, ao Campo Entrincheirado 4:000 quilogramas e ainda a outras instituições na totalidade de 502:427 quilogramas.

Lisboa tem. uma população bastante superior. Suponhamos que tem 900:000 habitantes, há, pois, um déficit importante em relação às diárias, do género, mas não tam grande como se supunha, pois nós tivemos, a impressão de que êsse déficit não seria superior a um têrço ou um quarto, mas quási a totalidade, pois não houve açúcar em Lisboa na última semana, nem nos primeiros dias da actual semanas.

Quere dizer, pouco depois de se receberem as ramas o de se estar a distribuir, porque estamos distribuindo açúcar em cêrca de 500 nácar, por dia, sacas do 75 quilogramas, já encontramos açúcar em muito maior quantidade do que aquele que devia existir pela capitação.

Hoje, amanhã e sábado nós esperamos distribuir açúcar, não direi 500 sacas por dia, mas cêrca de 1:000.

E, pois açúcar suficiente para 2 milhões e 500 mil pessoas.

Vejam V. Exas., em presença dêstes números, se dalguma maneira se explica o facto de haver ainda as bichas!

Êste açúcar é ao preço da tabela é claro. As bicham têm naturalmente de desaparecer e hão-de de desaparecer.

Era face dêstes números, estou convencido de que se ainda hoje existem as bichas é por uma espécie de indústria.

Há muitas pessoas que não têm outros recursos e vão para ali, às vezes com a família completa, para receber cada um o seu quilograma de açúcar, pagando-o à tabela para depois o negociarem por fora a outro preço mais elevado. E tanto assim é que as caras que se vêem nessas bichas são quási sempre as mesmas todos os dias.

Há, portanto, um tanto ou quanto, para não dizer muito, de exploração.

Estou convencido de que todos nós poderemos fazer as nossas filhos agora para a festa da família.

Quanto à situação extra-Lisboa, devo dizer que é um pouco diferente.

Ainda não posso dizer que há abundância, ainda rareia o açúcar nas províncias. Mas as cousas estão muito bem dispostas.

Tenho estado a receber pedidos das diferentes câmaras municipais, segundo instruções da Direcção Geral do Comércio Agrícola, o agora não pomos dificuldades algumas no deferimento a essas câmaras.

Tenho aqui uma lista de várias câmaras, em número do duzentos, cujo pedido foi deferido.

Surgiram outras dificuldades agora, a dos transportes do açúcar para a província. Só para o Pôrto quero enviar, no prazo dêstes dez dias, uma quantidade de açúcar para reforçar algumas reservas provenientes da importação directa do estrangeiro.

Tive ocasião de pedir ao Sr. Ministro do Comércio e Comunicações que interviesse junto da Companhia dos Caminhos do Ferro para mandar trinta vagões ou sejam 300:000 quilogramas do açúcar.

O Sr. Ernesto Navarro (Ministro do Comércio e Comunicações): - Dei hoje ordem para serem formados dois comboios especiais para o Pôrto.

O Orador: - Vêem, portanto, V. Exas. que o Govêrno faz o mais que pode para que esta crise da carência do açúcar deixe de existir.

V. Exa. notou que as fábricas de açúcar estão abarrotadas de rama e que, com certeza, êsse açúcar é para o abastecimento.

Mas, certamente, êsse açúcar é o destinado às câmaras municipais, sendo transportado para diversos pontos.

Não posso estar a dispor dêsse açúcar, porque amanhã tenho de abastecer as câmaras municipais, o que ficou claramente estabelecido pela respectiva direcção geral.

São os corpos administrativos que devem fiscalizar o cumprimento da lei.

Parecia-me bom uma direcção fiscalizadora, para obstar às dificuldades provenientes que as Câmaras têm de mandarem fazer o pagamento.