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6 Diário da Câmara dos Deputados

rentes serviços oficiais, alêm duma forte contribuição para o nosso equilíbrio financeiro e rejuvenescimento económico:

Em resumo, há que arripiar caminho, ganhar tempo, pois que, embora as fábricas que produzem os materiais de que carecemos trabalhem incessantemente, para satisfazer enormes encomendas feitas pelos países que mais sofreram na última guerra, a fim de activarem a reconstituição das regiões libertadas, dificilmente os poderemos alcançar, se protelarmos a resolução de tam momentoso problema.

Com o fundo de reserva, instituído pelo decreto-lei do 24 do Maio de 1911, obtiveram-se grandes benefícios, alguns dos quais constam do relatório da proposta de lei, mas outros há que merecem especial destaque. Assim, dêsse fundo, segundo informações que obtivemos, retirou-se a verba necessária para a construção do novo condutor directo telegráfico Lisboa-Madrid e da projectada ampliação das redes telegráfica o telefónica inter-urbana que segue aquele traçado, medida que bastante se impunha, porquanto só com um acréscimo de 68 por cento sôbre a despesa a fazer com a construção isolada do mesmo condutor se vão criar outras, ficando prontos para se aproveitar, por completo, os seguintes:

Lisboa-Madrid, todo novo, em substituição do actual;

Lisboa-Paris, novo de Lisboa a Abrantes;

Lisboa-Abrantes, comunicação nova;

Lisboa-Portalegre, novo de Lisboa ao Entroncamento;

Lisboa-Elvas, comunicação nova;

Lisboa-Guarda, quási todo novo até Abrantes.

Afóra isso, há a aproveitar, constituindo novas comunicações parciais, os seguintes condutores:

2 de Lisboa-Porto, até Santarém;

1 de Lisboa-Coimbra, em parte do percurso, até Santarém.

A despesa calculada só para a construção do condutor Lisboa-Madrid, era de 163 contos, elevando-se simplesmente a 274 contos, por se fazer a construção conjuntamente.

Fácil é, pois, concluir que, adoptando-se igual processo nos restantes traçados telegráficos e telefónicos a que o citado relatório faz referência, idênticas vantagens se hão de colhêr, por isso, a vossa comissão de finanças, associando-se à iniciativa ministerial, que é digna de aplauso, e justificando-a, embora a melhor justificação resalte do seu próprio exame, recomenda-vos a aprovação da proposta de lei n.° 196-A.

Sala das Sessões, 20 de Novembro de 1919. - Álvaro de Castro - Mariano Martins - Nuno Simões - Estêvão Pimentel - Prazeres da Costa - Aníbal Lúcio de Azevedo - J. M. Nunes Loureiro - António Maria da Silva, relator.

Senhores Deputados. - Desde 1911, isto é, desde a vigência da organização de 24 de Maio do mesmo ano, que a Administração Geral dos Correios e Telégrafos vem intensificando os seus esfôrços para conseguir melhorar os serviços que lhe estão incumbidos, quer propondo a criação de muitas estações postais, telefónicas e telegráficas, das quais já resultaram apreciáveis benefícios para a economia do país, quer promovendo o estabelecimento do novos condutores telegráficos e telefónicos e algumas redes, absolutamente indispensáveis para que diferentes localidades, hoje importantes, só achem ligadas com as que com elas mantêm mais intimas relações, quer, ainda, procurando descongestionar alguns dos principais centros, a fim do obviar aos inconvenientes que para o público resultam da demora da correspondência.

Infelizmente, porêm, a quando da proclamação da República, tanto a rede telegráfica como a telefónica, se tal designação lhes cabia, eram já deficientíssimas para o serviço a desempenhar naquela época, constatando-se, num simples exame, não só a falta de previsão de necessidades futuras, mas tambêm grandes defeitos de construção, principalmente nos traçados secundários e outros de menor importância em que o delineamento é mau, a consolidação péssima e, como é natural, os cruzamentos se amiúdam e dificilmente se consegue regular os condutores, havendo traçados em que os vãos de 100 e 150 metros são vulgares, chegando nalguns a atingir 300 o 400 metros. Acresce que a disposição dos traçados telegráficos entre Lisboa e Pôrto, a dos poucos internacionais que possuímos e a péssima