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Sessão de 16 de Dezembro de 1919 11

O serviço telegráfico está mau, mas o serviço ferroviário tambêm o está. São precisos 20:000 contos para os caminhos de ferro.

Qual dos dois serviços precisa de mais urgentemente ser remodelado e completado?

Nós precisamos saber isso para discutir com consciência.

Para que está o Govêrno naquelas cadeiras?

O Govêrno já tem mostrado bem a sua incompetência.

Sr. Presidente: combatendo êste projecto - repito - não o faço por motivos de ordem política, mas para demonstrar a incompetência do Govêrno, que é um perigo para ã nação.

Tenho dito.

O Sr. Jorge Nunes: - Sr. Presidente: eu sou daqueles que mais tem combatido a apresentação de medidas que importam aumento de despesa.

Reconheço porêm que há um conjunto de medidas indispensáveis e que temos de começar por uma delas, ou seja esta ou outra; o que é indispensável é começar.

Sr. Presidente: êste assunto não tem carácter político, (Apoiados) é uma questão aberta (Apoiados) e, como tal, a trato desassombradamente.

Não deve colhêr o argumento já invocado de que entre as medidas de regeneração económica a pôr de parte por agora, se deve incluir a que presentemente se se discute com o fundamento de que outras mais importantes e essenciais à vida da nação poderão exigir, porventura, com muito maior vantagem, a verba a dispender com a montagem dos serviços a que esta proposta se refere.

Nós temos, como já disse, de começar por alguma, e pena tenho, eu e muita, de termos votado tantos créditos a êste Govêrno para despesas absolutamente improdutivas, quando poderíamos tê-los aplicado em obras de fomento, como esta que se pretende realizar na proposta em discussão.

É claro que eu não vou dizer ao Govêrno que com a votação da verba de 8:000 contos lhe imponho um mandato imperativo, mas que simplesmente o autorizo, com o meu voto, a desviar essa determinada importância para um determinado fim, caso o Sr. Ministro das Finanças reconheça que ela se compadece com a situação do Tesouro Público.

E faço-o, porque estou convencido de que o Govêrno será o primeiro a não usar dessa autorização se reconhecer que outros problemas mais instantes, como por exemplo, o das subsistências que a todos sobreleva, se antepõem à efectivação da reorganização dos serviços telégrafo-telefónicos.

Eu não sei se a verba de 8:000 contos é ou não excessiva, nem sei tam pouco neste momento se as receitas dos correios são nominais ou reais.

O que sei é que medidas desta natureza só podem merecer a nossa simpatia e nunca uma oposição sistemática, porquanto elas representam um melhoramento de incontestável beneficio público.

Voto, portanto, a proposta na generalidade.

O Sr. António Maria da Silva: - Acaba de ser submetida à apreciação desta Câmara a proposta referente à remodelação dos serviços telegráficos 6 telefónicos do nosso País.

Poucas vezes tem sido trazido a êste Parlamento e vindo à tela da discussão um assunto de interêsse tam fundamental como êste, e poucas vezes, tambêm, uma proposta tem merecido a unanimidade de pareceres das respectivas comissões como esta.

Esta medida, antes de ser apresentada nesta casa do Parlamento, já tinha, por assim dizer, a consagração da opinião pública, manifestada nos seus orgãos de publicidade.

Um dêles, o Diário de Notícias, declarou que estava disposto, se tal fôsse necessário, a iniciar a propaganda indispensável para que o Parlamento da República promulgasse essa reforma tam reclamada pelo público, e o Século transcreveu o relatório da proposta, a que dava inteira e completa aprovação.

Outros jornais ainda, entre êles a Manhã, referiam-se a essa proposta em idênticos termos.

Até agora usaram da palavra dois ilustres amigos meus que, pela sua lúcida inteligência e pela sua reconhecida competência, podem melhor do que quaisquer