O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Pina Lopes: - V. Exas. é que têm feito obstrucionismo.

Podem até partir carteiras.

Escusam de vir com ameaças.

Muitos àpartes.

O Orador: - O que só vê é que a Câmara não tem pelos homens públicos nem por si própria o respeito devido. (Apoiados).

Há tempos na Câmara espanhola um Deputado republicano disse que tirando Maura e Azcarate, todos os outros se podiam tratar por "tu".

Nesta Câmara tirando-se o Sr. Brito Camacho, todos os outros se podem tratar por "tu".

Vozes: - Isso é que é interrogar a Mesa.

E a pregunta?

O Orador: - A minha pregunta é esta: quando se vota a interpelação do Sr. Brito Camacho?

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: - Da maioria parlamentar saiu há duas sessões o pedido para que entrasse em discussão o parecer n.° 230 considerado urgente não só nesta casa, mas em todo o território continental. A maioria, apesar de ser a primeira a reconhecer essa urgência absteve-se, todavia, de requerer que êle entrasse em discussão na ordem do dia, exactamente para que não fôsse prejudicada a intereplação do Sr. Brito Camacho.

A Câmara vê, pois, que nós não tivemos o propósito do protelar o seguimento dessa interpelação mas, bem pelo contrário, o desejo de que ela se liquide o mais rápidamente possível não só pela honorabilidade da pessoa atingida, mas ainda e muito principalmente, pela honorabilidade do próprio Parlamento.

O ilustre Deputado o Sr. Brito Camacho pode dizer até à consumação dos seculos que o preto é branco e que o branco é preto. Isso é lá com êle e não serei eu quem lhe vá contestar êsse direito. A verdade, porem, é que ainda ontem ou fui pedir ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros a sua comparência nesta Câmara com prejuízo mesmo da recepção ao corpo diplomático que teve do ser adiada.

E exactamente do lado da Câmara em que se acusa a maioria de pretender arrastar a referida interpelação que constantemente se votam negócios urgentes e se empregam os mais variados expedientes para impedir a discussão dos assuntos que estão pendentes da apreciação parlamentar.

Nós queremos trabalhar e honrar o nosso mandato; e tanto assim é, que eu estou disposto a pedir a V. Exa. Sr. Presidente, para marcar sessões noturnas para a votação de propostas urgentes que estão pendentes da apreciação desta Câmara.

(Muitos apoiados).

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Eu vou consultar a Câmara sôbre o requerimento que V. Exa. acaba de fazer.

Vozes: - Não pode ser!

O Sr. António Granjo: - O Sr. António Maria da Silva pediu a palavra para explicações. Sendo assim, S. Exa. não pode fazer requerimentos.

O Sr. António Maria da Silva: - Eu julgo que em face da manifestação da Câmara V. Exa. deve marcar sessões nocturnas.

O Sr. Presidente: - Eu não posso marcar sessões nocturnas sem expressa determinação da Câmara.

O Sr. Ministro da Marinha (Rocha e Cunha): - Mando para a Mesa uma proposta de lei pela qual se cria o Instituto Oceanográfico, cuja importância é desnecessário enaltecer neste momento, de tal forma ela é evidente, sobretudo sob o ponto de vista internacional visto que sendo solicitada a nossa cooperação para a exploração do mar, nós não temos hoje um organismo capaz de proceder a êsses trabalhos.

É aprovada a urgência.

Continua a discussão do parecer 255.

O Sr. Orlando Marçal: - Não é meu intuito tomar muito tempo à Câmara, mas iam somente responder a algumas afirma-