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18 Diário da Câmara dos Deputados

zer desde já, e para afastar quaisquer suspeitas, que não tive a menor colaboração com S. Exa. nesta parte.

Uma voz: - E mesmo que a tivesse, que tinha isso? (Apoiados).

O Orador: - Poderia tê-la efectivamente, mas disso não arredaria a minha responsabilidade. Sabe V. Exa., Sr. Presidente, e sabe a Câmara, que em muitos serviços públicos as mulheres e os filhos dos empregados têm sempre preferência para a nomeação de certos lugares (Apoiados).

Portanto, não vejo motivo para se vir, com tem chocarreiro, fazer uma argumentação pouco séria a propósito dêste artigo.

O Sr. Mem Verdial (interrompendo): - Sr. Presidente: eu pregunto a V. Exa. se não estranha a atitude que o orador está tomando para comigo, Se não estranha as suas palavras?

O Sr. Presidente: - Tenho estado prestando atenção às palavras do Sr. Lúcio de Azevedo, e ainda não ouvi nenhuma palavra ofensiva para V. Exa. (Apoiados). Mas só V. Exa. ouviu alguma, queira apontá-la.

O Sr. Mem Verdial: - Não me anima nada de mau contra S. Exa., mas S. Exa. disse que a minha argumentação era pouco séria. Esta palavra pode ter dois sentidos!

O Sr. Presidente: - Se eu bem compreendi o sentido da palavra, ela não pode ser considerada como ofensiva.

O Sr. Mem Verdial: - Isso é que é preciso esclarecer.

O Sr. Presidente: - O Sr. Lúcio de Azevedo começou por manifestar u sua estranheza pelo modo como V. Exa. apreciou o artigo, lamentando que tivesse empregado um tem chocarreiro, e quando empregou as palavras "argumentação pouco séria" foi nesse sentido, e não no sentido do atingir a honra do V. Exa. (Apoiados). Entretanto, espero que o Sr. Lúcio de Azevedo explique as suas palavras.

O Orador: - Eu não tenho dúvida em explicar as minhas palavras.

Chamei argumentação pouco séria no sentido que V. Exa., Sr. Presidente, já frisou à Câmara, porque a argumentação do Sr. Deputado produziu a hilaridade do todos os lados da Câmara.

O Sr. Presidente: - Não considero, pois, ofensiva a frase para o Sr. Mem Verdial. (Apoiados).

O Orador: - Como eu ia dizendo, se S. Exa. o Sr. Mem Verdial, tivesse estudado atentamente o parecer que se discute certamente que teria tirado outras conclusões diferentes daquelas que tirou.

A secretaria da Casa da Moeda tem actualmente quatro ou cinco dactilógrafas, e no projecto reduz-se êsse número a três. Já S. Exa. vê que nem da parte do administrador, nem da parte do Sr. Ministro houve o propósito de aumentar o número de dactilógrafas, e antes de o reduzir. Para haver dactilógrafas a valer, eu apresentarei uma proposta para que as candidatas prestem provas em português, francês e inglês.

Creio, Sr. Presidente, ter justificado a minha atitude e a do Sr. Ministro das Finanças, e, não querendo ser mais importuno, produzindo novos argumentos que acho bem dispensados, termino as minhas considerações mandando para a Mesa uma proposta.

Proposta

Proponho que as palavras finais do artigo 1.° do § único do artigo 23.°: "do pessoal menor", sejam substituídas por: "operários conferentes", e que no final do n.° 2.° do mesmo parágrafo, depois da palavra "dactilografia", se escreva: "em português, francês e inglês". - Lúcio de Azevedo.

Admitida.

Aprovada.

Para a comissão de redacção.

O orador não reviu; não foram revistas pelo Sr. Presidente as suas palavras de intervenção, nem o Sr. Mem Verdial reviu a sua reclamação.

O Sr. Presidente: - Não havendo mais ninguêm inscrito, vai votar-se.

Foi rejeitada a proposta do Sr. Mem Verdial.