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Sessão de 6 e? de Janeiro de 1620

problema de grande alcance e importância, como V. Ex.a sabe.

Entre os projectos que o Governo deseja ver estudados, e em que tem grande empenho, estão aqueles de que resultará melhoria da situação financeira e grande compressão das despesas.

O Governo trará o orçamento à Câmara, orçamento que tem um déficit superior a alguns milhares de contos, e ninguém pode snpor que o venha apresentar equilibrado; mas o Governo comprimirá despesas c tomará outras medidas que farão com que ao fim de três anos nós possamos ter o orçamento equilibrado.

O Governo trará à Câmara uma modificação da lei-travão, a lei de 15 de Março de 1913, estabelecendo que essa lei, entre em execução desde que o orçamento é apresentado até que seja aprovado.

Finalmente, Sr. Presidente, o Governo apresentará uin projecto pelo qual se reorganizem os quadros de todos os Ministérios, reduzindo o número de funcionários ao indispensável (Apoiados), continuando o restante pessoal a vencer, mas na situação de adido, e sendo as vagas que só derem preenchidas por esses adidos. Espero que esta reorganização esteja feita dentro de noventa dias.

Por estas razões fica suspensa a reforma do Ministério da Agricultura, feita pelo ex-Ministro, Sr. Lima Alves, com quem todo o Governo era solidário.

O Sr. Lima Alves concordou, e eu faço esta declaração formal que já fiz na primeira declaração ministerial, de que o Governo não faz política na má acepção da palavra, e que deseja a cooperação do Parlamento discutindo esta proposta o aprovando-a.

Nós não temos o direito de exigir do país sacrifícios se o Estado não se sacrificar também; não é justo que o Estado receba numa moeda e pague noutra, receba cm moeda forte e pague em moeda fraca.

São estas as declarações que o Governo faz, esporando quo a maioria as discuta, mas quo a aprovo.

O Sr. Vitorino Guimarães: — Sr. Presidente : cabo-me a honra de, em nome da maioria, pelo Partido Republicano PortuguGs responder às considerações que

acabam de ser feitas pelo Sr. Presidente do Ministério nosso ilustre correligionário.

Sr. Presidente: em nome dessa maioria parlamentar, saúdo os ilustres parlamentares que aceitaram os lugares de Ministros pela prova que dão de abnegação, patriotismo e grande sacrifício nesta ocasião grave e perigosa.

Não podemos deixar também do dirigir as nossas saudações aos Ministros que abandonaram o Ministério e que fizeram tudo quanto estava dentro das suas forças e da sua inteligência para bem da República, como bons republicanos que são.

Sr. Presidente: não podemos deixar de dizer que foi com verdadeira satisfação que vemos a forma como a crise foi resolvida, sendo chamados Ministros nossos amigos dos mais queridos e que mais altos ' e relevantes serviços têm prestado à República. (Apoiados).

Ò nome de Luís Ricardo ô do todos conhecido desde a propaganda republicana.

Através dos trabalhos nesta Câmara revelou sempre um alto espirito de inteligência e raras qualidades de trabalho. (Apoiados).

Bem entregue fica a pasta da agricultura, onde há a fazer actualmente uma obra bem grande, como de resto em todas as pastas que se prendem com o fomento do país.

Do outro Ministro, Sr. Álvaro de Castro, quási nada temos a dizer.

Ó facto de o havermos feito nosso lea-der basta para demonstrar que ele era considerado o prirtíeiro entre nós. Por isso o-elegemos nosso dirigente.

O outro Ministro, Sr. António Maria, da Silva, o nosso querido amigo, pelo qual ó escusado dizer à Câmara e ao país, temos grande consideração e estima. (Apoiados).

Quais são as suas faculdades de trabalho o inteligência, e os seus altos, inexce-díveis e inegualáveis serviços à República, todos os sabem. (Apoiados}.

Sempre que a República está em perigo, o é mester defcndô-la, um homem está sempre na guarda avançada: ó António Maria da Silva. (A$)oiados).