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Diário da Câmara dos Deputados

mais profícuo, de resultados muito melho-res, e sobretudo mais prontos, mandar lá fora aqueles dos nossos alunos que tenham provas de distinção.

Mandá-los pôr a par dos progressos do ensino da sciência que professam, para que numa mais íntima comunhão com OB seus alunos, possam aqui realmente elevar o ensino à altura em que deve encontrar-se.

Sabemos bem como rapazes com cursos feitos, que vão completar lá fora os seus estudos, gastam muitas . semanas, muitos meses e porventura alguns anos, para se habituarem a ouvir, visto que as lições são feitas numa língua da qual teia apenas imagens visuais, mas não auditivas.

• Entre nós há o professor que fala francês, mas não o francês da Academia, e os idiomas italiano e espanhol não se ensinam por se entender que sendo línguas afins da nossa, não carecem de estudo.

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cão ou duma conferência.

Por todos estes motivos, eu entendo que não só se devem manter as viagens de estudo ao estrangeiro, mas ampliar-se, concedendo essas viagens aos alunos que as merecerem pela sua alíu classificação o aos professores que, pelos seus trabalhos originais e de elevada competência afirmada, sejam dignos de ir lá fora à custa do Estado.

As verbas fixadas para tais viagens são hoje absolutamente insignificantes.

O que era aceitável antes da guerra, não chega hoje para um trimestre.

E assim, as viagens não chegam a ser de estudo e, pela escassez de subvenção, quási não chegam a ser de recreio.

Melhor fora pois — e provavelmente S. Ex.a procurou inutilmente fazê-lo — que o Sr. Ministro da Instrução procurasse uma outra fonte de receita, onde fosse tirar os 200 contos de que carece para no próximo sábado pagar aos operários das obras de Bemfica.

Soria grandemente vantajoso dar por terminada uma famosa escola de Braga— essa Braga fiel que depois de Bartolomeu dos Mártires nos tem dado estadistas quási a granel!

Com a terminação- das obras da Escola Normal de Braga, lucra-se-iam alguns bons dinheiros.

Mas passado pouco tempo há sempre uma revolução bemdita, -há sempre um movimento patriótico, conveniente na altura em que aparece, e há sempre um estadista complacente que publica decretos dispensando as juntas ou municípios dessa obrigação, e são encargos que ficam a pesar ao Estado.

Eu creio, Sr. Presidente, quo não há necessidade de, em Portugal, haver mais de três escolas normais: uma em Lisboa, outra no Porto e ainda outra em Coimbra.

O Sr. Manuel Jcsé da Silva (Oliveira de Azeméis): — Não apoiado.

O Orador:—E outra nos Açores. Não reparava que V. Ex.a estava ahi.

A lei esclarece que nenhuma outra pôde ser criada, emquanto esta não estiver a funcionar regularmente.

Ora esta disposição da lei não se observa nsni só observará s, menos eu'1 o Sr. Ministro da Instrução venha abrir um parêntese de inteligência e moralidade na administração dos negócios públicos.

Sr, Presidente: feitas estas considerações, não sondo lícito ao Estado deixar de pagar pontualmente aos sous operários, e declarando o Sr. Ministro da Instrução que não tem onde ir buscar dinheiro para no sábado próximo pagar ao pessoal da escola de Bemfica, senão o que indica na proposta, eu5 só por esse motivo, darei o meu voto h proposta.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministre da Instrução (João de Deus Ramos): — Eu tenho a dizer que, muito contrariado, trouxe à Camará esta proposta de lei. Eu gostaria muito de ocupar oste lugar com lógica, mas a falta de lógica foi o que encontrei no Ministério.

Não quero recriminar ninguém, mas com desassombro afirmo ao Deputado Sr. Brito Camacho que não trouxe esta proposta à Câmara, sem que do certa maneira tremesse, porque daria ocasião aos reparos que S. Ex.a Fez, notando até que não estava correctamente escrita.