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SettAo de 14 de Fevereiro de 1020

Precisamente quando em todos os países da Europa se atendem e respeitam as reclamações do proletariado, quando soou a hora definitiva do proletariado, ainda dentro do Parlamento português, no momento em que uma classe que é . dedicada à Kepública pede pão, declara--se que não pode ser atendida!

Nega-so-lhe o pão!

Grande sussurro.

O Sr. Júlio Martins: — Ninguém nega o pão a essa classe.

É uma especulação que V. Ex.a está fazendo.

Quando íalei, não disse o que V. Ex.a me está atribuindo.

Ó Sr. Pais Rovisco: — O que se pre-guntou, foi onde ia o Governo buscar a receita, para fazer face aos novos encargos com. os caminhos de ferro do Estado.

Sussurro.

O Orador: — Não fizeram essa pregun-ta quando se discutiram ligeiramente e se votaram as indemnizações e outros desperdícios dalguns milhares de contos.

Em Portugal, o déficit deve ser maior do que afirmou o Sr. Ministro das Finanças.

"Sem dúvida.

Mas, se não há dinheiro, vão buscá-lo aos novos-ricos. Com ele cobre-se o déficit e paga-se largamente ao pessoal ferroviário.

Sussurro.

Apartes.

O Sr. Júlio Martins: — Porque é que o Partido Socialista não pede que se encerrem as casas de jogo? Todos devem fazer sacrifícios.

O Orador: — Os sacrifícios devem mesmo começar pelos grandes. Seria bom que o exemplo partisse de cima, principiasse por nós. Por exemplo, eu proporia que nós, os Deputados, os depositários da soberania nacional, regressássemos dos novos 250 escudos ao primitivo regime dos 100$000 réis.

O Sr. Júlio Martins: — Apoiado, apoiado! Eu não votei os 250 escudos.

O Orador: - - Votaram-se aqui facilmente os 250 escudos e as indemnizações.

O Sr. Dias da Silva (para a tir. Júlio Martins)-.—V. Ex.a e os seus amigos políticos.

O Sr. Júlio Martins : — Eu votei as indemnizações porque os monárquicos as deviam aos republicanos.

Vozes: - Ordem ! ordem!

O Orador: — O que ou vejo ó que V. Ex.as querem o luxo só para os privilegiados e não para o povo cm geral. Eu vejo, aqui mesmo, dentro desta sala, muitas luvas, polainas, etc.

O Sr. Júlio Martins:—E brilhantes iios seus correligionários. Risos.

O Orador: — O que eu queria era a socialização do luxo. Nós vemos o luxo por toda a parte, até nos animais: a fêmea e o macho mudam do penas e de pele para melhor parecerem,. Eu queria que o luxo chegasse a todas as classes. Não acho que seja supórfluo andar de automóvel; o que acho mau é que nem toda a gente possa andar de automóvel.

Todos falam na intensificação do trabalho, mas ninguém diz qual há-de ser o meio de o conseguir.

Parece que as oito horas de trabalho não intensificam a produção; mas não é assim, intensificam a produção, porque não esgotam o braço produtor.

Diversos apartes.

O Orador: —Vê-se o que se está fazendo lá fora.

O Sr. Cunha Liai:—Veja V. Ex.a o que se está passando na Rússia.

O Orador:— Eu sei o "que lá se pastia e posso mostrar a V. Ex.a a legislação comunista autêntica. Há classes que ali trabalham apenas 5 horas, outras 6 e 7, o máximo 8.

O Sr. Dias da Silva:

dam.