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a afirmação do que as reclamações dos ferroviárias eram justas.

O Sr. Manuel José da Silva: •— Eu pre-gimto a V. Ex.a se no rol das reclamações apresentadas ao Parlamento, todas .gualmente justas, esta era a primeira.

O Orador:—É a primeira que vem à discussão, é a primeira sobre que a Câmara têm. de pronunciar-se. (Apoiados).

Tenho apenas, de averiguar se ela merece ou não a minha aprovação (Apoiados). Se são justas as reclamações dos ferroviários, e os cofres do Estado não podem dispor de l centavo, é à economia nacional que tem de pedir os meios para satisfazer.

O Sr. Manuel José da Silva: — O parecer da comissão de finanças diz que traz aumento para o Estado ; = -.

O Orador: — Da proposta se vê. e o Ministro o disse, que o aumento de despesa será coberto com o aumento das tarifas.

Sr. Presidente: ou seja por virtude da depreciação da moeda, ou por unia real valorização, ou por ambos os motivos, as mercadorias subiram extraordinariamente de preço. Os, produtores e comerciantes percebem maiores, lucros e continuam a pagar as mesmas tarifas.

Ainda que não fosse ditado pela mais imperiosa necessidade, esse aumento era justo ern si mesmo.

Por isso voto a proposta. Por essa proposta é incluída nos vencimentos a actual subvenção e é concedida uma nova subvenção. As importâncias totais que serão percebidas pelos ferroviários não lhes consentirão, estou certo, o luxo de comprarem polainas caras ou de cobrirem o colo das mulheres com elegantos peles de animais raros.

Entendo, Sr. Presidente, que nos podemos regenerar pelo trabalho (Apoiados) e digo que o trabalho será num curto período', o principal titulo de aquisição de direitos civis e políticos; eu digo que é preciso fazer do trabalho o mais legítimo título de glória e do trabalhador a verdadeira força viva. (Muitos apoiados).

Diário da Câmara dos Deputado»

Estas palavras ficam bem na boca de qualquer membro do meu partido, que nunca su opôs, nem se oporá, às legítimas reclamações do operariado, do meu partido cujo programa económico vai até a produção associada.

O Partido Republicano Liberal, em relação à política económica e financeira, possui o programa mais completo dos partidos republicanos.

Queremos fazer do operariado um elemento de colaboração na obra de recons-tituição nacional. Queremos impedir que a luta de classes se converta numa inútil sangueira. Queremos arrancar o operariado à sua atitude de revolta, dignificando-o na sua posição e na sua função, e ^ando-lhe a devida e necessária participação na governação pública. (Muitos apoiados).

Tenho dito.

O Sr. Dias da Silva: —Sr. Presidente : Se é certo que a proposta apresentada nesta casa do Parlamento pelo Sr. Ministro do Comércio, não satisfaz em absoluto este lado da Câmara, não posso, con-

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teligento, não sendo de esperar outra cousa do Sr. Jorge Nunes.

Chegou a hora de compreender a necessidade de modificar a nossa atitude política.

E preferível que à economia nacional se vão arrancar 6:000 contos para melhorar a situação do pessoal ferroviário e o serviço do movimento, do que gastar-se igual quantia em forças militares para nos manter debaixo duma opressão enorme ou para esmagar as reclamações das classes trabalhadoras.

Sr. Presidente: na última greve da Companhia Portuguesa o Go/êrno do Sr. Sá Cardoso pediu a esta Câmara uma autorização dalguns milhares de contos; esse Governo não só gastou essa importância como prejudicou o país nalgumas dezenas de milhares de contos. Só quem do trabalho não vive é que não pode apreciar qual o prejuízo que à economia nacional produziu a paralisação do movimento da Companhia Portuguesa.