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d« 14 de Feveeiro de 1920

O Orador:— V. Ex.a Mo tom autoridade para fazer dessas • afinnaçõeti.

Tenho trabalhado no Parlamento há muitos anos e ninguém consciontomente me pode acusar do ter feito uma política subversiva !

Interrupções de vários Srs. Deputados.

0 Orador:- É estranhável que só agora, em vésperas de carnaval, se traga um aumento desta natureza ao Parlamento !

Não vai nas minhas palavras a mais pequena animosidade para os ferroviários, em cuja classe, eu sei, só encontram dedicadíssimos republicanos ; mas qnal há--de ser a minha atitude perante as outras classes, quando lá fora me disserem : «nós temos fome, e porque não temos uma espada, somos esquecidos no Parlamento» l

Eu sentiria uma força moral a censurar-me para sempre se não lhes desse o Omeu apoio.

1 O Governo deve apresentar uma proposta em que não sejam esquecidos os desprotegidos do Estado e da República! (Apoiados),

A situação actual do País não será tam negra como a pintam, mas estou convencido do que, se não estamos em bancarrota, estamos à beira dum abismo, do qual, entretanto, nos 'poderemos salvar, só en-vere darmos por bom caminho.

A Argentina esteve já em piores tíondi-ções do que nós estamos, mas salvou-se, dedicando-se do alma e coração à agricultura, pondo o patriotismo acima das clientelas políticas (Apoiados) e fazendo uma única política: a do fomento nacional» (Apoiados).

Neste momento há uma cousa, que se nos impõe: ó o aproveitamento dos terrenos incultos.

É necessário quo itíío deixe do sor uma frase o quo se transforme em realidade. (Apoiados).

Podo ser quo os amnonton reclamado» para os ferroviários sejam muito justos. Eu não tenho olomontos para poder avaliar com segurança, fazendo o paralelo ontro a situação dessa ela^HO com a dor, outros funcionários. Km todo o caso ó prociho dizer a verdade, quo 6 osta: só o aumento aos ferroviários se fizer, podem estos ter a certeza de que ó apenas no

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papel, j pois estamos em vésperas de suspender pagamentos!

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vergilio Costa:—E oportuno recordar neste momento as afirmações do Sr. Ministro do Comércio e Comunicações quando nesta casa ocupou o lugar de Deputado ...

Ouvem-se alguns protestos nas galerias, saindo uma grande parte dos espectadoras. Alguns Srs. Deputados protestam ruidosamente.

O Sr. Presidente (agitando a campainha} : — Peço ordem!

Vozes: — Eis a coacção que se manifesta! Não pode uer! As galerias têm de ser evacuadas! Interrompa-se a sessão.

Continua o tumulto.

O Sr. Presidente: — Peço ordem l

O Sr. Júlio Martins: — Se V. Ex.a não interrompe a sessão, interrompo-a eu.

Este Sr. Deputado põe o chapéu na cabeça, no gue é secundado por outros.

O Sr. Presidente (pondo o chapéu na cabeça):—Está interrompida a sessão.

Eram 17 horas e 45 minutos.

Reaberta a sessão às 18 horas e 20 minutos, o Sr. Presidente manda franquear fLS galerias.

Pausa.

O Sr. Presidente: — Previno os assistentes das galerias que o Regimento não lhes permite interferência nos trabalhos da Câmara e quo à menor manifestação procederei com vigor.

Continua no uso da palavra o Sr. Ver-gílio Costa.