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hoje Ministro do Comércio e Comunicações, quando ocupava a cadeira de Deputado, era o primeiro a insurgir-se quando qualquer dos seus colegas ou qualquer membro do Governo solicitavam a urgência e dispensa do Regimento para algum, projecto ou proposta de lei, mesmo f que nenhum encargo trouxessem para o Estado. (Apoiados).

Nessa atitude era S. Ex.a acompanhado pelos seus correligionários. Ainda ante-ontem o Sr. Brito Camacho tevo ensejo de fazer observações dessa natureza, quando atacava a proposta do Sr. Ministro das Finanças. (Apoiados).

Sr. Presidente: o jornal A Luta, de ontem, traz o discurso de S. Ex.a

Eu pregunto a quem o ouviu ou a quem o leu se acaso a proposta apresentada pelo Sr. Ministro do Comércio e Comunicações não' tem também a transcendental importância que S. Ex.a atribui, e muito bem, à proposta trazida à Câmara pelo Sr. Ministro das Finanças, sobre a remodelação dos quadros do funcionalismo público. (Apoiados).

,;Não será transcendental uma proposta que, como a que está &m discussão, obriga, como consequência imediata, o arrancar-so à economia nacional qualquer cousa como 30:000 contos, pelo agravamento das tarifas?

j 30:000 contos! ^Não será para considerar uma tal quantia?

Sr. Presidente: assim, por este caminho, jamais teremos força moral para negar aumentos a quaisquer outras classes do Estado. (Apoiados).

Amanhã, quando as outras classes do funcionalismo público, com mais razão do que a dos ferroviários que já está em melhores condições do que aquelas, vierem, cheias de razão, exigir a equiparação, o Parlamento não poderá recusar-lhes o seu voto.

Não pode, e não deve, porque na República-jamais se admitiria que uns se tratem como filhos e outros como enteados.

Ouvi dizer aqui, nesta Câmara, que os empregados dos Correios e Telégrafos, e com eles todo o funcionalismo público em geral, exigem, em quanto se não faça a equiparação total, uma subvenção mensal de 70$.

Não têm razão!

Diário da Camará dos Deputados

Lembremo-nos, por exemplo, dos funcionários administrativos. (Apoiados).

A República não tem olhado como devia para esses funcionários que vivem uma vida de miséria e privações. (Apoiados),

O Sr. Ministro do Comércio com mais conhecimentos que qualquer outro, porque foi o autor da lei que transformou por completo a organização dos Caminhos de Ferro do Estado, e essa lei teve como consequência o desorganizar aquilo que estava mais ou menos organizado nos serviços desses caminhos de ferro, veio acentuar as desigualdades que já existiam, nos Caminhos de Ferro do Estado. Efectivamente, esses caminhos de ferro viviam numa situação relativamente desafogada; a receita bruta podíamos computá-la em 8 ou 9:000 contos. E S. Ex.a foi com a sua lei dar a esses caminhos de ferro, pouco mais ou menos, 3:000 contos.

Fez S. Ex/ bem em satisfazer essas < reclamações? Fez, porque os ferroviários viviam em condições difíceis. Mas o que S. Ex.a não fez bem, foi em não organizar devidamente a lei, dando, por exemplo, uns bons vencimentos ao pessoal das oficinas, e dando aos empregados das estações vencimentos tais que eles vivem com imensas dificuldades.