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Esse agravamento ó sensível, e a não ser autorizado, dá-se, coma solidariedade das classes ferroviárias, uma greve, que, aliás, a quando da última greve dos ferroviários da Companhia Portuguesa, não resultou muito bem porque Ssses movimentos na sua maior parte não representam uma luta de interesses colectivos, mas sim uma luta de egoismos.

V. Ex.a viu, quando se deu a greve e se propôs a fusão das caixas de reforma de todas as companhias de caminhos de ferro do país, V. Ex.a viu a atitude dos ferroviários do Minho e Douro. Eles apregoavam muita solidariedade, mas a fusão da sua caixa de reformas eom as doutras companhias, não a queriam eles, porque a sua tinha uma situação muito desafogada, chegando ato a ameaçar com a greve caso se fizesse a fusão.

Mas amanhã, logicamente, os ferroviários das outras companhias têm direito, e V. Ex.a não lho pode negar, a pedi-.rem aumento de vencimentos. Vamos assim, com esta proposta, contribuir mais

para a má situação da economia pública. í A^~;~j*n\

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Demais, a proposta de V. Ex.a é injusta, porque atendendo a uns ferroviários do Estado, não atende a outros. Ainda ontem eu li num jornal que os ferroviários da Direcção Fiscal se avistaram com o Sr. António Maria da Silva para lhe pedir que se interesse n a Câmara, a fim de serem também contemplados no aumento de vencimentos, porque eles são também ferroviários, mas o que não têm é a importância dos outros para exercerem, uma coacção sobre V. Ex.a, visto que uma sua greve poucos embaraços traria ao Governo. (Apoiados}.

O Sr. Cunha Liai: — «;V. Ex.a dá-me licença para um pequeno aparte?

Ainda para dar uma nota da solidariedade dos ferroviários, eu vou contar um facto de que tenho conhecimento. Quando se fez a última reorganizarão dos serviços ferroviários, não se tendo conseguido meter todos os ferroviários numa só caixa de reformas, quis-se ao menos moter numa só caixa todos os ferroviários do Estado. Pois foi uma luta tremenda, porque os cinquenta ferroviários da Direcção Fiscal que havia unicamente a meter na caixa,

Diário da Câmara do» Deputado»

não conseguiram obter a solidariedade dos seus camaradas para lá entrarem.

O Orador:—Disse S. Ex.8 que, segundo afirma hoje um órgão da imprensa,, os encargos que resultam para a economia pública são grandes, mas que isso pouco pode reflectir sobre géneros de primeira necessidade porquanto o aumento do arroz será de 7 réis, o do açúcar 6 réis e assim sucessivamente. Bela teoria, Sr. Ministro !

S. Ex.a assim pode resolver de pronto a situação financeira do país. Realmente mais $10,' menos $10 não representam nada.

S. Ex.% em lugar de sobrecarregar as tarifas com mais 3:000 contos, pode sobrecarregá-las com mais 20:000, com mais 200:000. Tudo isso ó nada! . , .-

É pena que o Sr. Ministro das Finanças não esteja presente, porque podia ir desta sessão perfeitamente descansado, visto que o Sr. Ministro do Comércio tinha

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faz andar preocupado o Sr. Ministro das Finanças e toda a gente deste país. O Sr. Brito Camacho, que é ou não é

cualrunu à prujjusía iiiás qu« só pi"«Zâ ú6 ser coerente com todos os seus actos, • certamente há-de dizer as razões porque esta proposta não pode passar. Desde que S. Ex,a apresenta razões da natureza daquelas que ouvi, acerca da proposta que o Sr. Ministro das Finanças trouxe a este Parlamento, com mais fortes razões apresentará ôsses reparos à proposta do Sr. Ministro do Comércio.

Certamente a Câmara vai ter o prazer de ouvir S. Ex.a, e estranho é que o Sr. Brito Camacho tivesse aprovado a urgência e dispensa do Regimento pedida pelo Sr. Ministro do Comércio.

O Sr. Ministro do Comércio trouxe a sua proposta a esta Câmara, mas como encontrou certas dificuldades em se aprovar a urgência e dispensa do Regimento, concordou em que a sua proposta baixasse às comissões, mas de forma que no dia seguinte essas comissões dessem o seu parecer.

Ora certamente não foi num só dia que S. Ex.a organizou essa proposta de lei. (jComo queria S. Ex.a que as comissões, num só dia, dessem o seu parecer?