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Diário da Cornara dos Deputados

O Orador: — A propósito desta proposta ein discussão, tem-se dito muita cousa, e o Sr. Júlio Martins foi uru verdadeiro trovão de eloquência, quando falou.

En sou um seu admirador e ouço sempre S. Ex.a com muito agrado.

Nesta proposta, porém, como em geral em todas, ateude-se mais à nevrose política do que aos interesses da Nação.

O Sr. Velhinho Correia : — <_ que='que' a='a' sabe='sabe' proposta='proposta' finanças='finanças' ex.a='ex.a' o='o' p='p' assinou='assinou' ministro='ministro' das='das' v.='v.' não='não'>

O Orador: — Foi aqui presente há tempos uma proposta do Sr. António Maria da Silva sobre redes telegráficas e telefónicas. V. Ex.íls viram as dificuldades que se levantaram aqui dentro desta Câmara. Essa proposta só tinha o defeito de não ser completa.

Apresentou-so outra proposta do Sr. Plínio Silva, proposta de altíssimo valor, líiíis, no meu eiitendur, lambem, incompleta, embora fosse dum alcance extraor-dinaríssimo. S. Ex.a não foi, porem, até onde podia ir, até onde já foram os grandes estadistas Já de fora; no emtanto alguma cousa nos apresenta que merece incondicionalmente o nosso aplauso.

Propôs S. Ex.a que os oficiais do exército, em voz de pejarem as casernas, empregando a sua inteligência e.os seus conhecimentos num trabalho absolutamente estéril e improdutivo, sejam empregados nos diferentes ramos da actividade nacional, onde poderiam intervir com grande vantagtíni e proveito para o -País, por serem homens habilitados que dispõem de saúde e conhecimentos.

O projecto de S. Ex.a, apesar disso, é iucompleto, disse eu, porque, para o não ser, seria necessário que abrangesse todos os oficiais e fizesse ingressar nos serviços do campo, onde vão buscá-los e onde tam necessários são, os milhares de braços que, • pelas leis militares, vão anualmente incorporar-se no exército.

Ainda há pouco um grande estadista americano, o Sr. Glass, Ministro do Tesouro, dizia:

«A maneira de normalizar o câmbio internacional é não exportar ouro, e, para debelar ou atenuar a sua actual situação crítica, a Europa deve cuidar das seguin-

tes questões: desarmamento, normalização da vida e do trabalho industrial, contribuições razoáveis e empréstimos internos».

O Sr. Vergilio Costa: — Nós já conhecemos a questão!

O Orador: —Peia maneira como V. Ex.as a têm tratado mostram não a conhecer.

A respeito ainda das reclamações dos ferroviários eu vou ler à Câmara um trecho inserto num jornal espanhol e que ó b«m uma resposta àqueles que não querem aceitar imposições das classes proletárias :

«A Agrupação Federativa dos Ferroviários do Norte, em uma das suas últimas reuniões, tomou a resolução do parar totalmente o serviço nas .linhas no dia l de.Março, se não concederei n ao sou pessoal, nesta data, as melhorias que solicitam».

O Governo espanhol, cm voz do se colocar dentro da intransigência ou da violência, procurou, ao contrário, resolver a questão e entrar em acordos para evitar a greve prometida.

E isto por motivos óbvios.

Lejobrarei a V. Ex.as que, quando rebentou a greve dos ferroviários da Companhia Portuguesa, o Sr. Sá Cardoso se pôs na sua posição fidalga e disse: «Não trato com eles por terem feito sabotage».

Esse capricho custou uns bons 3:000 contos ao Estado.

. Neste'momento V. Ex.as não aceitam imposições, não querem aceitar o que o proletariado reclama e então terão de aceitar depois todos os inconvenientes que advirão de não terem querido ouvir as reclamações honestas e dignas.

Eu voto esta proposta de lei sem o menor escrúpulo.

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente : a propósito da proposta em discussão, alguns Srs. Deputados entenderam por bem falar em termos que poderiam dar a alguém o convencimento de que sobre o Parlamento se exerceu uma coacção no sentido de ser aprovada esta proposta.