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Seitào de 24 de Fevereiro de 19ÍO

a proposta, sendo aprovada, pode contribuir para a reabilitação do nosso crédito.

Quando o Sr. Ministro das Finanças, Kêgo Chagas, veio pedir autorização à Câmara para poder legislar sobre matéria . cambial, ouvi o Sr. António da Fonseca, então ilustre membro desta Câmara, declarar que o processomaiscõnsentâneopara obter a reabilitação do nosso crédito não era pedir a aprovação dessa autorização.

Na América também o Ministro fez sentir aos seus colegas da Europa que era preciso reabilitar o crédito perdido.

Quero, portanto, que S. Ex.a diga ao Pais até que ponto a proposta que se discute vai contribuir para a reabilitação do nosso crédito.

,j Porventura arrancando-se uma soma de mais de 1.000:000^00 ao País conse-gue-se a reabilitação do nosso crédito?

Não.

Eu não tenho ilusões. • E de estranhar que o Sr. Ministro tenha vindo a esta Câmara, e, qual pirilampo, tenha depois desaparecido.

A desconsideração é para a Câmara.

E, pessoalmente, peço a V. Ex.a comunique ao Sr. Ministro das Finanças a necessidade que tenho, para prosseguir nas minhas considerações, de ouvir a opinião do Sr. Ministro.

A desconsideração é pessoal, e por isso eu desisto de todas as considerações que tinha a fazer.

O discurso, na integra, será publicado, quando o orador devolver, revistas, as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente:—Parece-me que o Sr. Ministro das Finanças se encontra nos Pasos Perdidos. Vou mandar avisar S. Ex.a

O Sr. Pais Rovisco:—O lugar de S. Ex.a é aqui, não ó lá fora; ó para isso que o País lhe paga.

O Sr. Presidente : — O Sr. Ministro das Finanças transmitiu-mo que, logo que cesse o seu impedimento, comparecerá nesta sala.

Q Sr. Manuel Fragoso:—Sr. Presidente: não vou fazer largas considerações acerca do assunto em debate, nem perder tempo num pródigo desperdício de palavras inúteis e escusadas quando as cir-

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cunstâncias impõem a substituição dessas mesmas palavras por factos concretos e algumas obras de maior ou menor alcance.

Assim, eu vou ser breve, tam breve quanto mo permita a magnitude e importância do assunto.

S. Ex.a, o Sr. Júlio Martins, ilustre leader do Grupo Parlamentar Popular, ao' iniciar o seu eloquentíssimo discurso, afirmou que chegada era a hora em que a todos se impunha a obrigação de assumir as responsabilidades das suas palavras, das suas ideas e dos seus actos.

Esta afirmação foi depois repetida, em vários tons, por todos ou quási todos os meus ilustres colegas que brilhantemente me antecederam no uso da palavra.

Eu, Sr. Presidente, que sempre fui irredutível adversário das atitudes dúbias, do bom grado me curvo perante esta como que imposição, porque de facto, Sr. Presidente, hoje é dever de todos nós falar alto, claro e em bom som, sem hesitações, nem tibiesas, nem trúcs de qualquer espécie, dizendo cada um, claramente, aquilo que pensa e sente, acerca da nossa situação, que é deveras grave e melindrosa, mas que, no entanto, não é', a meu ver, desesperada* e irremediável, como já, com certa ligeireza, aí se afirmou.

Sr. Presidente: trata-se agora de apreciar e discutir uma proposta de lei do Sr. Ministro do Comércio, pela qual é aumentada a sobretaxa das tarifas dos caminhos de Ferro do Estado.

jiiu, Sr. Presidente, como já o têm feito alguns dos meus colegas, não quero deixar passar sem reparo, a forma pouco precisa como esta proposta foi apresentada, sem se fazer acompanhar dos elementos de informação e de estudo neces-"sários para se avaliar da justiça que assiste à proposta de S. Ex.a O facto é tanto mais de estranhar quanto é certo que o Sr. Ministro do Comércio da sua bancada de Deputado protestava sempre clamorosamente contra todas as propostas apresentadas nestas condições e contra todos os pedidos de dispensa do Regimento.