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Diário da Câmara dos Deputados

como sejam as dos correios e telégrafos, as dos operários dos Arsenais do Exército e da Marinha, as dos funcionários públicos em geral e, emfim, as de todas as outras classes (é lógico que assim seja e c s to Q de acordo), ou o Parlamento não vota a proposta do Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, e logo ele e o Governo assumem a responsabilidade dum movimento que lançará na greve uns 40:000 operários.

Está assim nitidamente' posto o problema.

j Fale também claro o Parlamento nesta hora gravo ern que todos temos de definir as nossas respousabilidades!

j Fale-se claro nesta hora em que devemos ser justos para com todas as classes !

Eu pregunto ao Governo: £ fez-se já a conta do montante de todas as reclamações que se encontram neste momento à sua beira?

l Está o Governo habilitado a entregar, por aumentos de salários e de ordenados, uma soma superior a 00:000 contos?

Diga-nos o Governo que sim e eu votarei imediatamente esta proposta.

Diga-nos o Governo se fez já o balanço da nossa situação económica o financeira.

f. Andaremos acaso brincando aos Governos? <_ p='p' de='de' a='a' aos='aos' aumentos='aumentos' salários='salários' brincar='brincar' andaremos='andaremos'>

Sr. Presidente: já aqui ouvi da boca do Sr. Ministro das finanças uma estranha teoria. Ela repercutiu-se lá fora e colocou já algumas classes da República em situação bem amargurada e triste.

O Sr. Ministro das Finanças afirmou que aumentava os vencimentos ao pessoal autónomo e que tinha elementos para criar receita.

• O Sr. Ministro das Finanças não tem o direito de assim falar; ^ejitão os funcionários públicas, que são pagos pelo Orçamento Geral do Estado, não têm direito a viver, não têm o mesmo direito que as outras classes?

Sr. Presidente : sejamos lógicos e digamos o que pensamos.

Sou acusado no órgão ferroviário de inimigo da sua classe. <_ p='p' porquê='porquê' inimigo='inimigo'>

£ Então eu não tenho o direito de discutir uma proposta que reconheço que não ó boa ?

• Eu sou acusado de, na greve de 1911, andar, com bandos de caceteiros, espancando ferroviários. A responsabilidade vá a quem toca.

Em 1911 as estações foram fechadas por ordem do Sr. Brito Camacho e do Sr. Aresta Branco. (Muitos apoiados). A estação de jivora foi tomada de assalto, ó certo. Eu fui chamado a minha casa para ir tomar conta dessa estação; encontrei lá ferroviários presos, que mandei para casa e não mandei bater ein nenhum. Talvez essa campanha seja para •me coagir a votar a proposta, mas não sucederá assim, a minha consciência revolta-se contra isso (Apoiados); eu poderei ser assassinado à esquina duma rua, mas a voz da minha consciência não se calará. (Muitos apoiados).

Eu fui procurado pelo Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, dizendo que ia apresentar uma proposta, pedindo a dispensa do Regimento.

Fu entendo que propostas como estas devem ser estudadas, e eu vi que os pareceres das comissões são contrários, ou estão assinados com restrições ou vencidos, dizendo que não têm os elementos indispensáveis para apreciar a proposta.

Disse-me o Sr. Ministro do Comércio, invocando a velha amizade e a boa camaradagem que me ligaram e continuam ligando a S. Ex.a, que eu, se porventura ocupasse o seu lugcir, falaria uma outra linguagem, porque a tinha falado quando numa anterior situação, Ministro como S. Ex.a, tinha satisfeito as reclamações das classes, j Mas que diferença profunda entre a hora que passou e a hora que vai soar!