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Liaria da Gamara dos Jbeputadõb

Passarei agora a -analisar, duma forma rápida, a crítica do Sr. António Maria da Silva.

^ Por que é que não aumento as tarifas para criar melhorias nos serviços?

A resposta está, pode dizer-se, dada já.

Eu, oferecendo aos caminhos de ferro uma verba que os alma dum déficit, já torno possível a esses serviços uma melhoria, porque a minha providência não se limita, apenas, ao pessoal; estende-se ela a outras exigências de exploração.

A proposta—disse S. Ex.a — tem um carácter simplista! E o princípio do menor esforço em que a inteligência não intervêm.

Disse isto o Sr. António Maria da Silva.

Sr. Presidente: eu já há pouco declarei que não contava com a minha inteligência quando vim ocupar o cargo de Ministro do Comércio. Não necessitava, pois, o Sr. António Maria da &ilva, de me lembrar essa falta.

A malha proposta não será inteligente, mas é honesta. Tem sobretudo o propósito de aplicar ao país o que se faz lá fora. _^

O !ár. Manuel Fragoso condenou, com calor a minha proposta. Só a aprovaria se idênticos benefícios aos que ela consigna para os ferroviários fossem extensivos a todas as classes quo reclamam melhoria de situação, até mesmo aquelas sobre as quais eu não tenho, directa ou mesmo indirectamente, qualquer intervenção.

Sr. Presidente: da minha cadeira de Deputado invoquei eu o mesmo argumento, quando S. Ex.a defendia o aumento do subsídio aos Deputados, dizendo eu que o não votava e que, uma vez votado, contestava ao Parlamento o direito de negar a quem quer que fosse, o aumento que reclamasse do Parlamento.

O ilustre Deputado não se serviu então dos argumentos de que lançou agora mão para justificar a reprovação à proposta que se discute.

Fui eu o único que, por uma forma concreta, pois para á Mesa enviei uma proposta nesse sentido, me pronunciei contra o aumento de subsídio dado aos actuais Deputados. Só o admitia para quem viesse herdar as nossas cadeiras nesta Câmara.

O Sr. Júlio Martins: pronunciei contra.

-Eu, também me

O Orador: — Mas fui eu o único que apresentei proposta.

O Sr. Júlio Martins: — Eu nem para os futuros legisladores concordava no aumento de subsídio.

O Orador:—Disse e repito que os Srs. Deputados, começando por se beneficiarem a si próprios com um aumento de subsídio, isto é, seguindo o ditado que diz que a caridade bem entendida começa por nós, não teriam o direito a negar, daí para o futuro, o seu voto a qualquer proposta que até a Câmara viesse, para se aumentar os proventos de quaisquer classes.

(Apoiados).

Eu gostaria de tor ouvido então o Sr. Manuel Fragoso, declarar à Câmara, que não votaria o aumento de subsídio aos parlamentares, sem quo fossem atendidas todas as classes quo reclamavam os aumentos a que tivessem jus.

Desde que assim não fez, eu agora

contra esta minha proposta, com o argumento de que ela não abranja reclamações de outras classes.

Ainda, para terminar, direi que o Sr, Manuel José da Silva fez umas referências à proposta, às quais me parece já ter respondido.

Ao Sr. Camoesas nada tenho a opor, porque S. Ex.a, recemchegado da América como proletário, apregoando novas doutrinas, está naturalmente na esperança de ver essa aurora brilhar neste país.

De forma que, para concluir, eu direi que expus a questão com aquela clareza que costumo usar, dizendo o quo fiz, o que estou fazendo e~o que me proponho fazer, e nestas condições eu apelo para o Parlamento do meu -país, dizendo que o que aqui está é absolutamente honesto e é conveniente aos serviços ferroviários.

Tenho dito.

O discurso, revisto pelo orador, swà publicado na integra quando forem devolvidas as notas taguigráficas.