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«fe 25 de Fevereiro de

Ê uma proposta de relativa importância, e mal me iria se a enviasse para a Mesa desacompanhada de quaisquer considerações.

Se o Segimento me permitisse, leria à Câmara os considerandos do relatório que a precede.

O espírito que a ditou integra-se no mesmo ponto de vista que levou o Gabinete do Sr. Domingos Pereira a publicar o decreto criando as bolsas de trabalho e seguros obrigatórios.

Por este acto, Portugal garantiu uina posição honrosa entre as nações da Europa que tratavam do assunto ; mas deficiências de situação financeira, de educação nas massas fundas da nossa população, não têm permitido pôr em prática desde já essa obra.

Esta proposta tende a monopolizar a indústria de seguros em Portugal.

Sem dúvida que ela sofrerá uma larga discussão, como já se tem feito em outros países, mas o Governo e eu esperamos que o Parlamento a estude convenientemente, pois dela se faz uma questão perfeitamente aberta.

Estou certo de que esta proposta é uma das mais importantes que têm aparecido nos últimos tempos no Parlamento.

Para ela peço apenas a urgência, a fim de as comissões darem os seus pareceres. Nestes termos peço a V. 'Ex.a que consulte a Câmara.

O orador não reviu.

Consultada a Câmara, foi concedida a urgência.

O • Sr. Júlio Martins : — Simplesmente em obediência às praxes parlamentares, envio para a Mesa a minha moção de ordem., visto quo a doutrina do Grupo Parlamentar Popular já está definida pela moção apresentada pelo meu amigo Ver-gílío Costa.

Moção

A Câmara, reconhecendo a importância do assunto em discussão, continua na or-dem do dia. — O Deputado, Júlio Martins.

Acerca da atitude do Grupo Parlamentar Popular têm-se bordado considerações que não estão de acordo com os nossos intuitos nem com as palavras claras que aqui se tom pronunciado.

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Disse-nos o Sr. Ministro do Comércio que vinha ao Parlamento com a resolução tomada de falar a linguagem da verdade, expondo à Câmara absolutamente o que sentia.

Eu sempre assim tenho feito também. Quando porventura não pudesse expressar aqui livrenjente a minha maneira de ver sobre qualquer assunto; quando me encontrasse coacto, aqui, no Parlamento, onde estou representando os meus eleitores, entregaria a V. Ex.a o meu diploma de Deputado'. Iria então lá para fora, abandonando o Parlamento. (Apoiados}.

Sr. Presidente: somos todos homens que nos presamos: nós, Deputados, e os membros da classe ferroviária ou os de qualquer outra classe.

Ninguém contesta aos ferroviários o direito que têm de colocar as suas reclamações na base em que entendam dever formulá-las.. Mas também ninguém nie pode contestar o direito que tenho de, como Deputado do meu país, expressar aqui publicamente a minha maneira de pensar. (Apoiados}.

Assim se vive numa democracia. Assim se vive numa República. Nem todas as nossas opiniões se poderão conjugar, mas todos nós devemos ter a coragem de afirmá-las como a nossa consciência as dita.

Eu leio sempre com interesse os órgãos das classes operárias. Há muito tempo que me habituei a fazer a leitura desses órgãos por que entendo que todo o homem público deve estar ao facto do que diz essa imprensa.

Assim, Sr. Presidente, vi que esta questão é nitidamente posta no órgão dos ferroviários do sul e sueste perante o, Governo e perante o Parlamento.

Diz aquele órgão que a classe nada tem com as questões políticas dos partidos. A meu ver, diz muito bem.0

Assim a classe dos ferroviários coloca--se acima de quaisquer partidos. E faz bem. Se operário eu fosse, colocar-me-ia sempre a dentro do campo das reivindicações económicas, deixando a política para os políticos.