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Setaão de l de Março dt Í920

declarações que faça como homem público da República, e assuma as responsabili-dades do momento que passa. O orador não reviu.

Vozes: — Muito bom.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Jorge Nunes): — Pedi a palavra não para intervir no debate, porque neste momento ôle pertence ao Sr. Presidente do Ministério,' mas para esclarecer um ponto do discurso do Sr. Júlio Martins.

Diz" S. Ex..a que eu sou. acusado de ter faltado àquilo que prometi. ..

O Sr. Júlio Martins: Ex.a...

Eu leio a V.

O Orador:—Eu também li. Devo declarar a V. Ex.a, neste momento, que não ordenei nem pedi" o concurso de tropas para as estações do caminho de ferro do Estado, nem para empresas particulares.

A tropa que para lá foi não fui eu que a enviei e foi para lá por outros motivos que não o de ocupar atestação. Segundo me consta, numa estação do Algarve foram as próprios ferroviários que pediram para lá tropas. «

Eu, por minha parte, entendo que as estações deviam ser confiadas aos ferroviários para lhes pedir responsabilidades.

O orador não reviu.

O Sr. Ladislau Batalha:— Em 9 de Fevereiro apresentou o Sr. Ministro do Comércio uma-proposta a esta Câmara.

x Depois de muitos dias de discussão, que fazia lembrar o chá de Tolentino...

Vozes: — V. Ex.a também deitou algumas folhas nesse chá! Vários apartes.

O Orador: —Depois de passado muito tempo votpu-se a generalidade. Chegou ao conhecimento dos ferroviários que, só tanto tempo tinha levado para discutir na generalidade, na especialidade, com cinco ou seis artigos levaria semanas, meses, o esta a razão porque foram para a greve. Quem ó esfarrapado, faminto, não pode estar à espera do dia do amanhã, como aqueles que são tubarões o assambarca-dores de empregos.

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O obstrucionismo que fizeram determinou a greve; maiores delongas levarão à sabotage.

Muitos apartes.

O Sr. Presidente:—Eu dei a palavra a V. Ex.a só sobre o modo de votar.

O Sr. Malheiro Reimão:—Ouvi com muita atenção as considerações que o Sr. Presidente do Ministério fez e estranho um pouco a forma violenta como se me referiu, classificando de estreito o meu critério.

E possível que o meu critério tenha sido estreito, mas o facto é que, provocado pelas minhas considerações. S. Ex.a já alguma cousa disse, o que até ontão não fizera.

O Sr. Presidente do Ministério disse que o Sr. Ministro do Comércio havia tentado solucionar a greve.

Já ficámos sabendo alguma cousa. Se S. Ex.a, logo de entrada, tivesse dado estas explicações...

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Domingos Pereira) interrompendo] : — Era preciso que fosse demasiado ingénuo para acreditar que no espírito de V. Ex.a não havia a certeza de que, o Sr. Ministro do Comércio não tentasse fazer nada para a solução da greve.

O Orador:—Estranhei que, depois de dois dias, o Governo nada tivesse para dizer. Estranhei'que nada fizesse.

Nem antes-da interrupção, nem depois da sessão se interromper; o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações fez qualquer declaração à Câmara.

Sou o primeiro a concordar que o Sr. Presidente do Ministério alguma cousa tivesse feito. Porém, se S. Ex.a alguma démarche realizou para a solução da greve, parece-me que podia dizê-lo ao Parlamento e ao País, salvo só entendesse o contrário. Faço lho essa justiça.

Portanto, pelas próprias palavras de S. Ex.a, vc-se que o meu critério não é estreito.

E agora quero salientar uma circunstância. É quo os Srs. Deputados socialistas são aqueles quo mais têm apoiado o Governo neste assunto, os que mais salientes se tom mostrado