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O Sr. Costa Júnior (sobre o modo de votar):—Em nome da minoria socialista declaro que ela não vota o requerimento do Sr. António Granjo.

A minoria socialista não vota o requerimento do Sr. António Granjo porque entende que esta discussão deve continuar, porque a Câmara nada tem com que os ferroviários fossem para a greve, Q 6 tempo de acabar a discussão.

Tem-se aqui falado em pressões da parte dos ferroviário. Da parte dos ferroviários não tem havido pressões. Faço--Ihes esta justiça.

Se a Câmara, ao começar a discussão, não. entendeu haver pressões dos ferroviários., hoje, pelo facto dOles irem para a greve, não pode considerar ôsse acto como tal.

Portanto a Câmara não tem de se proocupar com a greve, porquanto ela é um acto puramente da responsabilidade dos ferroviários.

O orador não reviu.

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O Sr. Cunha Liai: — Depois de ter falado o Sr. Júlio J^íartins produziram-se «firmacõos ouo é necessário, cara bem de

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todos nós, repelir.

G rói o mio da boca do Sr. Ladislau Batalha- saíram estas palavras:—É bom que a Câmara continue discutindo o projecto do lei relativo aos ferroviários, por-quo, se o obstrucionismo duma parte da Câmara provocou a greve, daqui por diante pode provocar actos de sabotage.

A meu ver, o Sr. Ladisla-u Batalha fez uma afirmação èoncreta. Convido, por isso, o §r. Presidente do-Ministério a pre-guntar àquelo Sr: Deputado o quo sabe sobre actos de sabotage, e se o Sr. Ladislau Batalha declarar que sabe que se premeditam actos do sabotage, pode o Sr. Presidente do Ministério pedir licença à Câmara para prender aquele membro do Parlamento.

É bom quQ em Portugal haja a noção de que só deve olhar para o futuro e «não para o passado.

'Adaptar a sociedade a unia nova fór-'mula, não é obrigar poder nenhum constituído a transigir cobardemente com to-" dos aqueles que estão combatendo ás ideas do futuro e a paralisar a produção.

É bom que percamos a idoa de que o poder tem de ser trarisigente e cobarde

Diário da Câmara do» Deputado»

diante de. todos os que se julgam cheios de força e o vêm aqui atacar. O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Domingos Pereira): — De muito bom grado eu aceitaria o convite que me dirigiu o Sr. Cunha Liai para preguntar ao Sr. Ladislau Batalha quais eram os motivos por que afirmava que, caso a discussão sobre a proposta s'e suspendesse, os ferroviários iriam praticar graves actos de sabotage, mas a verdade ó que eu não posso deste lugar dirigir preguntas dessa natureza a qualquer membro do Parlamento. Demais, não considero a afirmação produzida polo Sr. Lá-dislau Batalha como sondo uma manifestação de que S. Ex.a.está feito, está comprometido^ está aliado com os ferroviários para serem praticados actos do sabotage ou actos sernejhantes.

G Sr. Cunha Liai: — Se essa prngnnta deve ser feita polo Sr. Presidente da Câmara, dirigir-mo hei à Presidência.

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'~j uraaor. — JM,U cioio que \j KJI. j-ia-dislau Batalha se limitou apenas a formular urna presunção, porque porventura supõe que produziria irritação no espírito dos ferroviários a suspensão da discussão da proposta, e -dessa irritação pudessem resultar actos criminosos.

O Sr,. Costa Júnior: —; O Sr. Ladislau Batalha fez as considerações que entendeu ao abrigo do artigo 15..° da Constituição !

O Orador: — Eu não ligo àquelas palavras uma importância do maior.

Quero aproveitar o momento para declarar à Câmara, e em especial, ao Sr. Cunha Liai, que o Governo não transigirá com qualquer.acto criminoso, quer soja praticado por ferroviários, quer soja pra-ticado pôr qualquer outro cidadão português."

O Governo, emquauto aqui estiver - e é emquanto a Câmara lhe der o seu apoio — saberá cumprir o seu dever, saberá manter a ordem social, saberá defender a "República! (Apoiados).