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quilómetros, o qiie facilitaria uma ligação, destas duas províncias em 6 ou 7 horas em automóvel. Até hoje, o Algarve tem estado completamente isolado, e ré firo-me a este facto muito principalmente, por virtude da greve dos ferroviários. ' Sr. Presidente: quero também aproveitar a ocasião, para lembrar a V. Es.a a conveniência de -se tratar duma vez para sempre da questão das quedas do Douro.

Esse assunto é daqueles que representam uma riqueza de alto valor para a eco nomia do país', e em virtude dos boatos que fervilham e dos interesses desencontrados das duas empresas que se degla-diani, eu desejava que fosse res-olvido.

Aproveito ainda a ocasião de estar com "a palavra para igualmente chamar a aten cão do Sr. Ministro da Agricultura,, para um decreto que saiu, sobre' azeites. S. Ex.a mandou promulgar uma tabela, fixando o preçcr conforme o grau de acidez, e mais tarde como medida complementar determinou que fosse proibida a refinação do azeite.

Parece-me, Sr. Presidente, que seria talvez dispensável esta medida, porquanto o que mais se teme, não é a refinação do azeite, mas a mistura de óleos neutros com azeites ácidos.

Qualquer depositário de azeites está no seu direito de. fazer as falsificações que quiser, misturando óleos neutros com azeites ácidos, baixando assim o grau de acidez.

Outro assunto para que desejo chamar a atenção do Governo ó. a forma, verdadeiramente pavorosa, como está subindo^ o preço do calçado.

Os industriais de sapataria tom abusado extraordinariamente, originando que os operários de sapateiro exijam salários descomunais.

Nestas circunstâncias, por este caminho estaremos todos na contingência de andar descalços, se o Governo não tomar as necessárias providências, atinentes ao barateamento do calçado. E a mou ver, convinha aproveitar o Depósito de Fardamentos, onde, durante a guerra, se fabricaram centenas de milhares de pares de calçado, para o exército em pé de guerra, para um efectivo importantíssimo j e estabelecer a concorrência com os industriais qao tam .mal estão servindo o s«u país u tanto atrai-

Diário da Câmara dos Deputados

çoam a Pátria neste momento crítico que ela atravessa.

Tenho dito.

O discurso, revisto pelo orador, será publicado na íntegra., quando devolvei* as notas taquigráficas que lhe foram enviadas,

O Br. Ministro do .Comércio e Comunicações (Jorge Nunes): — Sr. Presidente : pedi apalavra parar esponder ao Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo.

Começou S. Ex.a por fazer considera-ç5cs várias acerca da carestia da vida. Ora, como S. Ex.a sabe, a não ser para parte dos transportes, eu eui nada mais tenho interferência, quer directa quer indirectamente.

Posso evidentemente intervir na exportação dos nossos produtos, e a ôsse respeito posso declaráir o seguinte:

Desde que tomei conta da pasta do-Comércio, tenho indeferido sistematicamente a exportação de tudo que possa, ser preciso para a alimentação pública e-bem assim para alimentar e desenvolver as nossas indústrias.

Pela referência que S. Ex.a fez a propósito do encarecimento da vida, a géneros coloniais, podorá a Câmara supor que a falta àe produtos coloniais, na metró-pole^ provenha da insuficiência de transportes marítimos.

Cumpre-me, pois, declarar que temos-actualmente transportes que sobejam para as necessidades coloniais, como se reconhece da comunicação que recebi dos Transportes- Marítimos -do Estado, em 19 de Fevereiro' último.

Nas -nossas colónias temos uma riqueza enorme, em géneros necessários à alimentação pública, mas a deficiência de meios de transporte para o litoral, criou-nos esta -situação que hoje, sobre ser inconvenientíssima para. os iuterêss'es do país, vem. ferir particularmente a vida dum povo que cada vez tom mais necessidade de comer.

Os transportes marítimos já chegam aos portos das nossas colónias e não encontram neles nenhuma carga para tornarem. E isto, que sucede nos portos da África Ocidental, passa-se também' em S. Tomé.