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entanto, uma cousa que os liberais e outros não têm: é um programa definido, de ideas que fazem a sua época, e à roda do qual se agrupam os homens que o desejam ver efectivado, emquanto os liberais e outros, para • se aguentarem, eles próprios confessam, têm de fazer um cacharolete do ideas que são' dos outros.

Mais nada.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, guando restituir, revistas, as .notas taquigráftcas que lhe foram enviadas.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente: é sempre hábito na apresentação de qualquer Governo fazer-se, para que o País o saiba, a história da crise ministerial que lhe deu lugar. E indispensável que nesta hora, em que a sociedade portuguesa se encontra absolutamente perturbada—lá fora e aqui dentro do Parlamento — nesta hora em que o partido mais forte da Bc-

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pleta e absoluta falência, é indispensável que o País saiba, que o País aprecie, a conduta de todos os homens públicos, a conduta de todos os agrupamentos políticos, para daí fazer o seu juízo e porventura completar o seu raciocínio.

Sr. Presidente: o Grupo Parlamentar Popular marcou desde a primeira hora, a 'sua atitude, nítida, completa, bem clara. (Apoiados). Através de todas as resoluções des'ta crise ministerial, o Grupo Parlamentar Popular continuou a manter a mesma linha de conduta que aqui traçou, com toda a altivez e coragem, e quo manterá através de todas as circunstâncias. (Apoiados).

Sr. Presidente: caiu o Gabinete do Sr. Domingos Pereira, caiu, disse-lhe eu aqui, em nome do meu grupo, por uma incoerência profunda; caiu, porque tendo vindo unia vez ao Parlamento obrigar, pela sua autoridade do Poder Executivo, o Parlamento a votar uma medida debaixo duma coacção absoluta," seria lógico que ele mantivesse a mesma linha de conduta, o mesmo pensamento, a mesma finalidade, os mesmos processos, em frente da greve que lá fora tinha estoirado, dos funcionários do Estado, mas não procedeu assim, s

Pois o Poder Executivo do meu país, o Poder Executivo de toda a parte, Cio,

Diário da Câmara, dos Deputados

a quem cabe olhar para o Estado com a mesma linha e coni*o mesmo ponto de vista, pode estabelecer castas no funcionalismo público ? Não; não podem reconhecer que tinham razão os ferroviários do Estado quando se organizam em greve contra o Estado e não terem o. mesmo direito os outros ferroviários públicos do Estado.

O Estado é a representação máxima da República; não pode ter dentro do seu seio filhos e enteados. (Apoiados).

Tem de marcar uma linha de conduta, o mesmo ponto de vista e assumir as responsabilidudes que de início marcou.

Caiu o gabinete Domingos Pereira!

Parece que uni momento dê bom senso atravessou a cabeça de todos os políticos e vimos que era indispensável que as forças organizadas do Parlamento facilitassem a constituição rápida do novo Ministério. Era o momento de bom senso que atravessou as cabeças dos políticos, que tam desorientados têm andado desde Monsanto até hoje.

Fui então também convidado para a reunião dos Parlamontares.

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centração era viável para pôr em ordem a vida portuguesa.

Começou-se a delinear em esboço o-que devia ser esse Ministério.

Delegado do Grupo Popular Parlamentar, eu 'propus as condições em que o Grupo Popular Parlamentar entrava no Ministério.

Eu tinha a certeza de que o Sr. António Granjo e o Partido Democrático colaboravam nesse Ministério.

Falou-se então no Sr. coronel Baptista para a pasta do Interior e no meu nome para á da= Guerra.

O Sr. António Granjo reconheceu que no momento actual o Sr. coronel Baptista, não obstante ser um grande homem de •bem e um grande republicano, não era pessoa idónea para o momento grave que atravessamos. Reconheceu que eu — que trago dentro da minha alma a idea do saneamento político do exército — não podia entrar na pasta da guerra.