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Sessão de 9 de Março de 1920

vêrno está em presença duma perturbação, a mais grave da vida nacional, mas contamos que o Governo encontrará uma plataforma dentro da qual o conflito existente se solucione com honra para ambas as partes, que o funcionalismo possa entrar nas suas repartições e que os operários possam entrar nas suas fábricas com tranquilidade, para' que a paz seja completa e se possa realizar uma obra. de progresso que ó indispensável.

Mas se, na mentalidade do Governo, existe apenas aquilo que aqui se encontra, eu desde já digo ao meu ilustre amigo Sr. coronel Baptista:

—V. Ex.a vá-se embora. O País não toma a sério um Grovêrno com tal falência de idea*.

£ Com efeito, o que nos diz o programa?

j Remodelar os impostos, diminuir a circulação fiduciária e desagravar os câmbios !

Como? Com as medidas adequadas. Mas isso toda a gente sabe.

Constata-se que o Governo não tem ideas concretas sobre os pontos mais fundamentais da nossa economia pública.

O Sr. Cunha Liai:—Desagrava os câmbios, e já não é mau. Ficam os câmbios desagravados!

O Orador: — Debaixo do ponto de vista, emfim, do desenvolvimento do País, lá vêm as 'quedas de água, a transformação do problema dos transportes, o resgate das linhas férreas.

O resgate j £ Como, se o Estado não tem recursos para o efectuar?!

Quanto ao funcionalismo público, parece-me que o Governo coloca a questão no mesmo ponto em que ela se encontrou.

Vem ainda o Governo prometer o barateamento das ^subsistências necessárias à alimentação pública.

Como?

O Sr. Pais Rovísco: — Reduzindo os preços de 40 por cento dum dia para o outro.

O Orador:—Eu não quero, por forma alguma, com estas ligeiras considerações, declaro-o aqui a quem mo escuta, impossibilitar a gestação financeira, económica

l?

e internacional do Governo da presidência do Sr. António Maria Baptista. O que lho digo ó que trabalhe. O que lhe digo é que'voto o adiamento. Mas, Sr. Presidente, também digo daqui ao Governo que não voto autorizações parlamentares sem previamente saber quais são e se com elas posso estar de absoluto e completo acordo. 'Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir^ revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os «àdartes»'não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente : falo pela primeira vez, nesta Câmara, em nome individual e, portanto, desli. gado de todos os compromissos partidários. Embora ocupe esta cadeira pelos votos do partido a que pertenci, mas tendo-a sempre honrado desde a Constituinte, desde o que se pode chamar a idade de ouro da República, em que não nos dividiam sentimentos de ordem partidária, e tendo desde essa época até hoje lutado pela República, não só em nome duni partido, mas. em nome da própria República (Apoiados], eu entendo que os meus correligionários de ontem não poderão negar-me o direito de continuar neste lugar (Apoiados], que julgo ter sempre honrado, a lutar pela República.

As minhas declarações, Sr. Presidente, são curtas e, porventura, sem interesse. Elas referem-se unicamente à minha atitude em face do Governo que se constituiu após as dificuldades que eu encontrei para a constituição jlum Governo partidário.

O Sr. Júlio Martins referiu-se à necessidade de fazer a história 'da crise, e S. Ex.a fé Ia na parte que lhe diz respeito e na parte que $ comum às várias pessoas que • tiveram necessidade de intervir no assunto, dada a sua situação política, por uma forma completa e perfeita.