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S. Ex.a vai mandar pôr em execução essas medidas, tenho a convicção disso, mas também tenho a convicção absoluta de que após a saída de S. Ex.u-do Governo, o agravamento das circunstâncias económicas do País há de sor muito maior.

Eu preferia antes que S. Ex.a, encarando o problema de frente e sentindo bem a impossibilidade que. existe em se poder viver com os actuais salários e ordenados, criasse um salário mínimo, dentro do qual fosse possível a, nossa existência.

Tudo quanto assim não seja, tudo quanto sejam tentativas de redução do preçq do custo da vjda, eu julgo que é uma verdadeira utopia, e S. Éx.a, dentro cte um mês, terá ocasião de o observar, tanto mais que ou estou convencido de que S..Ex.a não eptará eternamente presidindo ao Governo, mas talvez nem dois meses aí esteja.

S. Ex.a há-de convencer-se de que está nesse lugar, não para fazer a redução do custo da vida, mas unicamente para manter a decantada ordem, prestando-se a fazer . o jogo doutros grupos políticos que não têm $ coragem de.ocupar o Poder nesta conjuntura.

E a verdade e doa a quem doer.

Estou convencido de que o Sr. Presidente ao Ministério prestará a si próprio e ao País um péssimo serviço se assim proceder.

Terá S. Ex.a o apoio do Partido Popular e do Partido Democrático, mas jamais poderá contar, para obras de repressão e de reacção, com o apoio- da minoria socialista, e não será com o meu voto que conseguirá o adiamento do Parlamento.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, devolver, as notas taquigrájicas que lhe -foram enviadas.

6 Sr. Plíniq Silva:- Sr. Presidente: não obstante alguns colegas aieus manifestarem com menos justiça opinião contrária, a verdade é que tenho sempre mostrado acatar, como julgo conveniente, a disciplina e camaradagem, não só partidária mas mesmo parlamentar. É preciso, porém, não se pretender, invocando exageradamente essa disciplina, amordaçar-nos, porque acima de tudo SQU um representante da Nação e tenho absoluta?

Diário da Câmara dos Deputados

mente o direito, ,e mais ainda o dever, de dar ao País as cabais explicações que entendo necessárias para que a minha ma.-neira de pensar e agir seja sempre interpretada com verdade, pela forma, por que tem sido ato hoje, continuando a tornar me merecedor da consideração que quero intransigentemente merecer. Quando se trata de factos graves como os que se passam presentemente, a nossa obrigação de falar aumenta considerávelmente, e não basta a meu ver que se pronuncie ó nosso porta-voz, a quem não será fácil em muitos "casos interpretar Q sentido de todos, por vezes bem diverso e antagónico.

Além de que, neste momento, nós estamos de facto em face duma questão aberta. Com efeito, as praxes parlamentares indicavam que a primeira pessoa a falar hoje nesta Câmara fosse o leader do meu partido,.

Esta praxe todavia foi, ignoro por que motivo, rota, e nesta ordem de ideias eu tenho o direito de gozar da minha independência absoluta, podendo exprimir-mo sem o mínimo compromisso partidário, justificando, concreta e positivíunente; as minhas palavras e actos que nesta ocasião a mais ninguém alvejam, e sendo da minha única e exclusiva responsabilidade pessoal.

Sabe V. Ex.a, Sr. Presidente, que inúmeras vezes eu tenho defendido a doutri- . na de que todos nós devemos encarar por nós próprios a situação que o nosso País e a humanidade inteira atravessam, ppr forma a não nos acobertarmos comodamente atrás das opiniões alheias e para que toda a gente possa concretamente conhecer duma lorma precisa o nosso penr samento e a-nossa orientação.