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sub leader do partido na Câmara dos Deputados, não pôde constituir, ou não quis constituir —não o sei—, um Governo partidário? Até agora eu não o sói; como membro do Partido Democrático, como membro do directório desse partido, ato ao instante em que falo desconheço as razões, decerto ponderosas, pelas quais o Sr. António Maria da Silva não pôde ou não quis constituir um Governo partidário.

O Sr. António Maria da Silva: —

Eu não quis assumir a responsabilidade de formar qualquer outro Govôrno, fora das bases para que tinha feito as combinações, e das quais dei conhecimento aos membros do directório do ineu partido, à excepção de V. Ex.a, por motivos que V. Ex.a conhece. Mas eu estou inscrito, e farei as declarações que julgar convenientes.

O Orador:—Eu fiz este reparo apenas porque já tinha sido interrogado a esse respeito, e realmente 'era um caso para ponderar, sendo eu, aliás, membro do directório.

Sr. Presidente: foi chamado o Sr. Álvaro de Castro a constituir Gabinete, depois da recusa do Sr. António Maria da Silva. S. Ex.a instalou-se,, para começar os seus esforços no sentido da organização do Governo, no meu gabinete do Ministério do Interior; Nunca mais eu abandonei o meu gabinete, senão para efectuar quaisquer diligências que o Sr. Álvaro de Castro julgou que por meu intermédio teriam melhores resultados. S. Ex.a quis, efectivamente, 'que eu o auxiliasse nos esforços, sempre difíceis, para a constituição do seu Govôrno; e ou que tinha, como já disse, o desejo de ver um Go--vêrno constituído pelas_razões que já apresentei, eu dei a S. Ex,a, que está presente, que me está ouvindo, que ouve que falo a rigorosa e absoluta verdade, eu dei a S. Ex.a toda a minha actividade, toda a minha boa vontade, todo o meu esforço, para quo S* Ex.a chegasse ao fim dos seus propósitos, a fim de a República ter um Ministério presidido por um ho mem com as qualidades de S. Ex.a E peço a S. Ex.a, o favor, se ou disser alguma cousa que sfja inexacta, de rectificar aã minhas afirmações,

Diário da Câmara dos Deputados

O estorço que eu desenvolvi para, sobretudo, dar a S. Ex.a a colaboração dom homem que n^sta altura era julgado indispensável para que o seu Ministério se organizasse —esse esforço fi-lo incansavelmente. (Apoiados).

Esse esforço dei eu até altas horas da madrugada.

O Sc. Álvaro de Castro reconheceu a impossibilidade dessa participação.

Sabia S. Ex.a que de modo nenhum isso representava uma recusa fundamentada na má vontade, e declinou perante o Sr. Presidente da República o mandato que lhe tinha sido encarregado e, nessa ocasião, tendo eu encontrado S. Ex.a em casa do Sr. Presidente da República, ainda eu disse que era minha opinião que o Sr. Álvaro de Castro não devia desistir-, mas organizar Gabinete, empregando ' para isso todos os esforços até a última. S. Ex.a reconheceu que isso era impossível e desistiu.

Fui chamado o Sr. coronel Baptista. S. Ex.a foi chamado numa hora difícil, e a ele como aos outros eu prestej toda a colaboração que me foi pedida.

Junto doutras personalidades eu insisti para colaborarem nesse Ministério.

O Governo que se constituiu merece de mim todo o apoio, e faço votos para que do s «u caminho se arredem todas as dificuldades.

O Governo vem numa hora difícil, e não há o direito de entrar no caminho das difi culdades que prejudicam o País e a República.

É necessário qnie ôste Governo governe, porque senão cairá, mas o País dirá de quem foi a culpa, se do Governo se do Parlamento.

O Sr. Mariano Martins (interrompendo} : — j Chegamos à dissolução!

O Orador: — Eu sou homem que gosto das cousas claras, e se eu quisesse defender a dissolução, teria posto o problema de cabeça bem erguida, porque quem fala dentro desta casa tem a liberdade de o poder fazer.