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Sess&o de 9 de Março de 1920

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Pode o Governo contar com o desejo sincero que tenho de que a sua obra-soja produtiva e realize uns momentos do tranquilidade para assegurar a um Governo futuro, com mais homogeneidade, uma sólida obra, já instantemente reclamada por todos os portugueses, do reconstrução nacional.

Votarei o adiamento, mas não posso dizer que votarei as autorizações, "porque só coni o conhecimento, que nesta Câmara delas tomo, eu poderei afirmar se efectivamente as voto na extensão em que elas forem pedidas (Apoiados).

O discurso será publicado na integra revisto pelo o orador, quando restituir, as notas taquigrafias que lhe foram envia' das.

O Sr. Domingos Pereira: — Sr. Presidente : poço a V. Ex.a o favor de me informar quando é que se encerra a sessão.

O Sr. Presidente: —Como a sessão esteve interrompida tem de terminar às 20 horas e 25 minutos.

O Orador: —Já falou em nome do partido a que pertenço o Sr. António Maria da Silva, afirmando ao Governo o apoio do mesmo partido nesta casa do Parlamento. Todavia, eu julgo-me em condições especiais de falar nesta sessão de apresentação do Governo, para lhe dizer que é com regosijo de republicano e de patriota que o vejo ocupar as cadeiras do Poder.

Sr. Presidente: depois de rnais uma crise rnuito difícil provocada por uma queda do Governo a que tive a honra de presidir e sobro uma questão tam grave, que nunca devia servir de causa à queda dum Governo — depois dessa crise demorada e difícil, em que a República mais uma voz deu ao País e ao mundo uma prova do que se podo considerar a sua fraqueza, uma prova de que é difícil arranjar-se uni Govôrno a seguir à queda doutro, a não ser ao cabo do muitas difi° culdades — eu vejo ocupado o Poder por um Governo presidido pela ilustro figura republicana do Sr. António Maria Bap-ta, e constituído por sinceros republicanos que^à República têin procurado dar

todo o esforço da sua inteligência e actividade.

Sr. Presidente : fiquei tranquilo por ver constituído um Govôrno presidido por um verdadeiro republicano e composto por figuras republicanas. Há q.uem diga que não ó ôsto o Governo que devia vir, mas eu quero p r eg untar a V. Ex.a o à Câmara se alguma vez se apresentou nesta Câmara um Governo que o julgassem à altura das circunstâncias.

Eu recordo-me do que comigo sucedeu ao apresentar-me nesta casa do Parlamento, onde me disseram que- eu não estava em condições de ocupar aquelas cadeiras, e quem o disse não tinha autoridade, nem republicana nem doutra ordem superior à minha.

Sr. Presidente : o Governo está bem! Foi o Governo que se pôde constituir, e ou fiz tudo quanto estava nas minhas mãos para que o Governo se constituísse rapidamente. . .

Fiz isso porque tenho muita dedicação pela República e porque entendo que a República era prejudicial as crises demoradas, que se arrastam muito, e para mim era uma satisfação descansar.

Está bem o Governo!

Se não se constituiu outro não foi porque eu não contribuísse o mais possível para que elo se constituísse.

O Sr. António Maria Baptista procurou--me no meu Ministério^ proguntando-me se" devia ir para Ministro da Guerra do Ministério António Maria da Silva.

Eu respondi a S. Ex.!l, a quem dedico muita -amizade e a quem considero como homem liai, que devia entrar para o Govôrno.

Era simplesmente o meu conselho, que lhe dava, e de boa fó. • Sr. Presidente : falhou a tentativa do Sr. António Maria da Silva para constituir Govôrno. Já o Sr. Júlio Martins fevs a história da criso política, e se referiu a ôsse fracasso. Nada mais tenho a dizer a ôsse respeito, e apenas para mim, republicano, para mim, membro do Directório do Partido Democrático, fica esta interrogação :