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: Sessão de 30 de Morço de 1920

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Tendo-nos S. Ex.a respondido que não se encontrava, de momento, habilitado a realizar essa operação, nós propusemos outra plataforma: a de enviarmos um delegado do Conselho de Ministros junto do Sr. Jorge Nunes a declarar que o Governo garantia ao pessoal da Companhia Portuguesa os 4.500 contos provenientes da satisfação das suas reclamações, precisando, todavia, convenientemente o que eram despesas obrigatórias da Companhia Portuguesa e o quo eram despesas de exploração.

Essa comissão iria estudar as tarifas e, se a nós, que estávamos na convicção de que os 50 por cento dariam os 4:500 contos para o pagamento do pessoal e mais 2.000 contos para os cofres da Companhia, ela nos viesse demonstrar que os 50 por conto não chegavam, o Estado aumentaria proporcionalmente as tarifas para que ficassem garantidas as despesas da Companhia Portuguesa e, ao mesmo' tempo, as reclamações dos seus operários. Apoiados).

• £Era isto esta contra as reclamações justas — dizem — dos funcionários da Companhia Portuguosa?

De modo algum, mas o que, como homens do Estado, como homens de^Govôr-no, não desejávamos era receber um ultima tum de companhias que porventura se colocassem atrás das reclamações honestas do sou pessoal para realizarem com o Estado uma operação verdadeiramente ruinosa para ele. (Apoiados}.

£ E se os operários não aceitarem ? argumenta vá-só da parto contrária, do Partidç Democrático.

A isto respondemos no pretenso Conselho de Ministros, como respondemos agora, que, se a Companhia não quisesse, teríamos um processo: dentro do contrato tomaríamos conta do Conselho de Administração e, se ôste reagisse, devermo-nos--íamos lembrar de^-que as cadeias se não fizeram apenas para os operários, mas tamhôni para os senhores da Administração- da Companhia Portuguesa. (Apoiados}.

Pela forma mais simples, mais clara, mais consentânea com os interesses do Estado e com os interesses dos ferroviários, poderíamos, dentro do contrato, tomar conta da Administração da Companhia Portuguesa e preparar então o futuro para que, quando o resgate se realizasse, se pudesse fazer em condições vantajosas para os interOsses do Estadb o não para •os da Companhia.

Não se aceitou a plataforma e, a corta altura, perante" um ultimatum da natureza daquele que se nos apresentava, quis-me parecer que a greve, estouraria naquela noite, e o próprio Sr. Domingos dos Santos me 'afirmou que, realmente, a greve já estava votada.

O Sr. Domingos dos Santos:—Votada.

O Orador: — j

Cair mil vezes, mas cair sempre de cabeça erguida, procedendo sempre segundo os ditames da nossa consciência.

Sr. Presidente: o Sr. António Maria'da Silva tentou — e S. Ex.a bem sabia que governar nesta altura era sem dúvida uma missão difícil—tenton, repito, conciliar opiniões, mas as opinões eram antagónicas.

O Sr. António Maria da Silva não quis aproveitar este pretexto para que a sua combinação ministerial fosse ao fundo, porque S. Ex.a, através de toda a crise, foi duma isenção, dum patriotismo, dum republicanismo que nós todos lhe reconhecemos, mas reconheceu S. Ex.a, e muito bem, que não podíamos, evidentemente, e entenderrao-nos já, porque sobre a greve dos funcionários públicos, estou conven, eido, e pelas impressões que porventura trocámos, já não se entendiam os nossos pontos de vista, como não se entendiam todos os pontos de vista dentro do Ministério