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Sessão de 9 de Março de 1920

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O Sr. António Granjo: — ^V. Ex.a dá--me licença? E absolutamente exacto o que V. Ex.a acaba do contar.

O Orador: — Sr. Presidente: nã.o nos pudemos entender, e então como o Partido Democrático era partidário da maior representação parlamentar, elo só poderia constituir Governo por si só.

O Directório do Partido Democrático ia reunir e indicaria então quem era que ele indicava para formar Ministério.

Indicava o Sr. António Maria da Silva para organizar gabinete, mas os mesmos motivos" sobreestavam, e tenho a informação de que o Partido Liberal entraria na constituição. Entraria o Sr. António Gran-jq, e eu para a pasta da guerra.

Não me podia ser entregue neste momento essa pasta som que se pudesse fazer o saneamento do exército.

Com toda a lialdade, através de todas as crises, tenho, com orgulho o digo, interpretado o pensar do. Grupo que tenho a honra de dirigir.

Vozes:—Muito bem. Apoiados.

O Orador:—Esse grupo honrou sempre os compromissos tomados. (Apoiados).

Ó Partido Liberal ó um grande partido. Formavam assim os dois partidos um Governo forte, e eu dar-lhe-ia o adiamento e não embaraçaria a sua constituição. (Apoiados).

Não sendo assim, formar-se-ia então uni Governo democrático e popular, pela dificuldade de se formar o Govôrno pelo entendimento dos Srs. António Granjo e Afonso de Melo.

Não tinha o- direito, com as responsa-bilidades do meu nome, o Grupo de so-breestar à formação dum Governo assim, visto que todas as fórmuhís estavam postas de parte dentro desse partido. (Apoiados). &

Entrava o Partido Popular com quatro pastas, e o mou nome era indicado para a da Guerra.

Depois de negociada osta combinação, recebi solicitação para quo entrasse para a pasta da Guorra, e respondi quo não, apontando razões. (Apoiados).

Entendo, repito, quo há impossibilidade do saneamento do exército nesta ocasião

(Apoiados), e eu não podia assumir essa gerência.

,; Podia eu fazê-lo ?

Não, e porque estava a ver surgir dificuldades por toda a parte.

E se ela ó necessária, ou direi ao País as razões porque ela se não faz. (Apoiados).

Vozes: —-Muito bem.

O Orador:—Os homens públicos tem de ter a percepção honesta dos princípios que defendam. (Apoiados)

Do contrário é estar a pregar princípios em vão.

•Fique o Govôrno com toda a sua responsabilidade, quo o Grupo Parlamentar que dirijo jamais a terá. (Avoiados).

Continuemos a história da inconfidência.

lionve inconfidência, de quem não sei, mas 'aparecem inconfidências sempre nestas quostões.

Quem seria o inconfidente?

Entre nós surgem notícias na imprensa e alguém poderia supor que os políticos da República queriam arranjar um Ministério.

Não, Sr. Presidente.

Foi um pensamento de sinceridade republicana e de tranquilidade quo obrigou os homens do Parlamento a fazerem iodos os esforços para facilitar- a constituição do Governo, para que não andássemos, como na crise do Sr. Sá Cardoso, quinze dias à espera de que o Govôrno se constituísse.

Fomos chamados pelas praxos parlamentares à Presidência da República.

Ouviram-se os leaders.

Expus lá o mesmo pensamento do meu grupo.

Ainda poderia dizer — e ou sou um homem franco — que solicitações foram feitas para quo, porventura, não entrando para a pasta da guerra, o Partido Liberal pudesse entrar ainda na constituição desse Govôrno.

O Sr. António Granjo (interrompendo):— Nessa altura, nem da minha parto nem da do Partido Liberal foi dita uma palavra sequer do quo rosultasso ossa indução para V. Ex.a