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Diário dá Câmara dos Deputados

ta a indignação manifestada há pouco peio nosso colega o Sr. Manuel José da Silva, de Oliveira de Azeméis, a propósito do facto de algumas comissões incumbidas de1 proceder a inquéritos nos Ministérios, não terem sido ainda instaladas. -

É realmente para verberar um tal procedimento. Não se coompreende como essas comissões incumbidas duma missão de tam elevado alcance e de tam extensas responsabilidades, não tenham ainda 'encetado os seus trabalhos. Não é certamente este facto de molde a melhorar o ambiente formado lá fora, pela campanha do descrédito que vem sendo feita contra o Parlamento. Portanto, estou ao lado do Sr. Manuel José da Silva, a quem já me referi, quando S. Ex.a verberou estes casos que eu também condeno.

Mas, Sr. Presidente, a verdade também é que há negócios de alto interesse para a situação económica e financeira do país, que estão seguindo a sua marcha, nas comissões que já se têm ocupado deles e não há razão para que esses trabalhos sq_ suspendam agora durante o adiamento ílas Camarás.

O Sr. Deputado quo acaba de fazer a sua estreia nesta Câmara, e fê-la por forma tam brilhante que lhe dá jus às rainhas felicitações, não tem assistido ao funcionamento das nossas sessões.

V. Ex.a e a Câmara sabem qne o Congresso tem há muito sido acusado numa larga e profunda campanha de descrédito. Não quero entrar agora na explicação, ou averiguação das causas que impelem essa campanha de descrédito. Simplesmente quero quê na consciência unânime da Câmara fique bem acentuado que essa campanha é em grande parte injusta.

Tenho grande autoridade para o dizer, porque, tendo sido eu o Deputado que mais verberou nesta casa do Parlamento a inércia, demora e forma, como correm os trabalhos das comissões, sendo ou um daqueles quo mais castigaram esse método de trabalho, soa também aquele que vem dizer com toda a consciência. que essa campanha é largamente exagerada e nem • sempre é movida por intuitos, sinceros como aqueles que nos impelem a nós próprios dentro desta casa.

Assim entendo que há assuntos que não podem parar nas comissões, durante o intervalo parlamentar.

Um deles "é o que diz respeito à frota mercante. Essa questão está em marcha. Interessa' enorrnemente à economia do País. V. Ex.a e a Câmara sabem que não há nenhuma alavanca do movimento económico do país que mais importe, ao Estado do que são os transportes marítimos ou terrestres, para a circulação das ri-quesas. . -

Havendo quatro comissões que têm nas inãos, quási ultimaãos, os trabalhos da frota mercante, não íaz sentido que essas quatro comissões passem durante um mês em pleno descanso, descurando questão tam importante.

Como 'questão de princípio, entendo qae as comissões 'devem trabalhar.

Referindo-me à questão do subsídio, devo dizer a V. Ex.a e ao Sr. Deputado que me precedeu que para nós é uma questão mínima. Não é de subsídio que se trata; trata-se 'do trabalho das comissões para o ressurgimento económico do país. Trata-se duma questão de moralidade e de administração. (Apoiados}. Trata-se de fazer andar o trabalho parlamentar e não de subsídio.

Devo dizflr ao ilustre Deputado quf não considero para mini nenhuma espécie de ofensa as suas palavras, que caíram sobre esta Câmara, como suspeição de que aqui se trabalha pelo subsídio. Devo dizer que não é assim.

O Parlamento não trabalha pelo subsídio. O Parlamento trabalha para bem do país e da sua economia. E assim.

E, pela parte que me toca,, digo que a questão do subsídio não me interessa.

Devo dizer que as questões de carácter moral, como são as comissões de inquérito, e as questões de carácter económico, como são as que se referem à frota mercante, sã/r de urgente resolução.

O orador não reviu.

O Si'- Velhinho Correia (sôlre o modo de -votar) : —Pedi a palavra sobre o modo de votai1 para primeiramente' pedir a S. Ex.a o Sr. Júlio Freire quo me releve a minha interrupção, quando há pouco fazia a sua estreia.