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Sessão de 31 de Março de 1920

Contra isto se revolta, porque não pode admitir a invocação do figuras notáveis da Alemanha como exemplo de abnegação.

Neste momento, que é na verdade solene e em que devemos ter recordações bem tristes, lastima tal maneira de pensar, porque lhe dá a impressão de que pode alguGm supor que esquecemos aqueles que na guerra só bateram pelos princípios da liberdade e da justiça, pode dar a impressão de que se esquecem aqueles soldados portugueses que, em terras de África e de França, souberam honrar o nome de Portugal.

IVÍais uma vez lhes dirige' dali a sua homenagem sincera e comovida.

Cabe-lhe prestar a sua homenagem a todos que na guerra morreram pela Pátria, tendo sido vítimas da selvageria alemã, levantando bem alto o nome português e praticando actos de heroísmo. (Apoiados),

O Sr. Brito Camacho, tendo sido anti--iutervencionalista na guerra, no seu discurso deu-lhe a impressão de que no seu espírito havia' qualquer mudança no sentido de defender a nossa intervenção. Se assim é, só tem a congratular-se com isso. . ^.

O Sr. Brito Camacho (interrompendo):— Engana-se V. Ex.3 No meu espírito não houve qualquer alteração no sentido que V. Ex.a julga.

Mantenho, por completo, tudo quando tenho dito, acerca da nossa intervenção na guerra, tomando a responsabilidade das afirmações que produzi.

O Orador: — Seja assim. Simplesmente nota a contradição que existe, entre as afirmações do Sr. Brito Camacho e o que disse o Sr. António Granjo.

O Sr. António Gráajo (interrompendo}:— Não há contradição nenhuma. Simplesmente eu falei em nome do Partido Eopu-blicano Liberal e o Sr. Brito Camacho ialou em seu nome pessoal.

O Orador: — Congratula-so com que o Sr. António Granjo tonha renovado agora as afirmações que já havia feito no Parla-• mento, sobre a nossa intervenção na guerra. Tem também em grande aprôço as

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palavras pronunciadas pelo Sr. Júlio Martins, as quais foram consoladoras para o seu espírito. Lembraram-lhe o último notável discurso que nesta casa pronunciou a este propósito o actual Presidente da República, que disse que quaisquer que fossem os resultados da guerra, qualquer que fosse a situação material do país, resultante da guerra, mantinha a mesma opinião ,que havia tido, acerca da conveniência da nossa intervenção.

Vai agora dizer em poucas palavras qual a situação que, por virtude do Tratado de Paz, Portugal fica tendo.

Além de manter a integridade das suas colónias e possuir de novo o território de Kíonga de que tinha sido arbitrariamente desapossado, Portugal ficou tendo uma frota marítima importante e escusado é encarecer o valor dessa frota.

Depois da guerra ficámos numa situação económica e financeira verdadeiramente grave mas também entende que essa gravidado não é de moldo a desanimar, que essas dificuldades não são invencíveis p que essa crise ó do remediar. Para isso é preciso que aproveitemos os nossos recursos, é preciso que saibamos lazer uma obra de boa administração pro= curando aumentar as receitas públicas e procurando reduzir as despesas; é preciso que façamos uma obra de administração em que entro o menos possível esta política que nos últimos tempos tanto nos tem dividido. E preciso dar lugar a que Governos fortes e estáveis possam realizar uma obra do continuidade e decisão que é absolutamente necessária nas circunstâncias graves que atravessamos.

Devemos ainda para remediar a nossa crise contar com a solidariedade dos aliados. Sejam quais forem-os desacordos, temos do pugnar todos por essa solidariedade. Embora também, como disse o Sr. António Granjo, não deixemos de empregar o nosso esforço próprio, ternos de trabalhar por noa, temos de contar com os nossos recursos o com as altas e grandes qualidades do nosso povo que nas horas mais críticas para a nacipnalidade tom acorrido sempre para a defender.