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admiraram, veio comparar o imperalismo

de Napoleão ao imperalismo alemão.

A diferença é muito grande.

Então fez- se uma obra absolutamente

violenta, ao passo que aqui, no Tratado

de Versailles, embora se tivesse errado,

afirmaram-se e puseram-se em execução

princípios que para sempre devem actuar

na política dos povos. Aqui estabeleceu-

-se o princípio da autonomia das peque-

• nas nacionalidades, o de que os povos

devem dispor de si livremente.

Se tempo tivesse, leria à Câmara algumas palavras das que por Bourgeois ío-ram dirigidas ao Senado Fraucôs, mostrando que do Tratado de Versailles alguma cousa de grande ficará. E, para isto provar, bastará recordar a constituição do Estado Tcheco-Slováquio, a re-constituição da Polónia, a restituição das Terras Irriduntas à Itália e da Alsâcia--Lorena à França, e, a propósito, hâ-dé permitir-se-lhe que diga que o Sr. Rama-

esta última restituição como uma violência. Se quiséssemos ter a confirmação de que no Tratado se procurou afirmar bons princípios, seria suficiente comparar os termos em que foi feita a restituição da Alsácia-Lorena à França coui o que" se passou com os .territórios reivindicados pela Bélgica. Quanto h Alsácia-Lorena, que tinha sido arrebatada à França — isso fixava-se nos 14 pontos de Wilson — a restituição foi feita sem qualquer consulta ; quanto aos territórios a que a Bélgica se julgava com direito, havia direitos a discutir, havia contestações, o então estabeleceu- se o referendum para esses territórios decidirem dos seus destinos. O mesmo se .fez em relação à Dinamarca, e o resultado, favorável para a Alemanha, da votação que se fez veio confirmar que, se se pretendesse exercer violência, se teria imediatamente entregue à Dinamarca, a região que pretendia.

Por várias vezes aqui se tem falado na obra de Wilson, nos seus 14 pontos e na influência que cxorcou na elaboração do Tratado da Paz. Quere dizer que foram também as veleidades desse homem de Estado, que foram as suas utopias que vieram prejudicar o Tratado por forma a não dar perfeita satisfação às nações que a ela tinham direito pelos seus sacrifícios, e a prova disto temo-la nós na compara-

Diário da Câmara dos Deputados

cão que se pode fazer entre a recepção que Wilson teve por ocasião da sua chegada à Europa, quando veio para a Conferência da Paz, tendo sido considerado cidadão honorário de quási todas as cidades por onde passou, e a forma como da Europa saiu, acusado por quási todos os povos de ter contribuído para uma obra nefasta.

Não havia a combater apenas °o imperialismo militarista da Alemanha; torna-vva-se também necessário aniquilar o seo imperialismo económico. Ora o 3.° ponto de Wilson visava a acabar com as barreiras económicas, e, se tal princípio fosse aplicado, ele seria a consagração da imperialismo económico da Alemanha.

O Sr. Brito Camacho (inteivompendo): — A moral do negócio é ganhar, o tanto é dos portugueses como dos alemães...

O Orador:—Mas devem-se acautelar. Tfitôrru^cão do Sr. B^iio damfirJin*

O Orador:—A culpa é de todos aqueles que se deixaram influir pela propaganda alemã, u à ciiiiude, na Europa, do Partido Socialista.

A verdade é que nós devemos fazor diferença entre socialismo e o Partido Socialista, porque se encontram em choque alguns dos seus ideais.

O Sr. Ramada Curto teni-nma grande confiança em que o partido Socialista possa amanhã opor-se a uma grande guerra.

Permita-lhe S. Ex.a que discorde do-seu modo do pensar a Gssc respeito, porque ele, orador, via essas esperanças pai» rarem no espírito de muita gente em 1913, isto é, nas vésperas da guerra.