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Sessão de 31 de Março de 1920

dade que se manteve na guerra por interesse da Humanidade e por interesse desta se há-de manter na paz.

Sobre política internacional, preguntou o Sr. Brito Camacho se'à face da Sociedade das Nações, em cujo ôxito S. Ex.a não confia muito, ficava caduca e sem efeito ar aliança de Portugal com a Inglaterra. A face do Tratado a aliança inglesa prevalece. E vindo ela desde o .princípio da Monarquia, tendo sido por várias vezes ratificada, principalmente depois da Kepública, ó preciso que se diga que Portugal, que a República Portuguesa continua mantendo essa aliança e com ela conta % para o seu futuro. A face das disposições que-regulam a Sociedade das Nações a aliança inglesa continua.

Todos os tratados que não sejam incompatíveis com a Sociedade das Nações ficam de pé, e a aliança de Portugal com a Inglaterra não é incompatível com os preceitos consignados no Tratado. Se é certo que pelo novo regime de política internacional que o Tratado da Paz procura inaugurar, a política das alianças perderá algum tanto da sua importância principalmente nos primeiros tempos, a verdade é que não pode acabar com ela, subsistindo essa política à face do Tratado, e a prova disso, é que, como garantia e segurança para a Nação' francesa, concluiu já, com a Inglaterra um acordo internacional e tem pendente outro coma América.

Interrupção do Sr. Brito Camacho que não foi ouvida.

O Orador: — Crê que ninguém confia absolutamente na Sociedade das Nações. Será de facto um organismo incompleto, mas não tem a respeito dele a descrença que muitos significam.

Está habituado a ver, através da história da política internacional, que sempre que qualquer novo caso aparece ele é recebido com receio e com desconfiança. Todavia, mais tarde esse novo caso, con-«retiza-se em factos.

A principal condição para que o Tratado possa produzir os seus. benéficos efeitos, é ter fé nas suas disposições, e não «ó nestas, como ainda nas melhorias que «Ias hão-de ter, porque o próprio Tratado as impõe.

Confie-se no Tratado, embora ele não ponha absolutamente de parte a política

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das alianças. Assim ele deixou de pé a aliança de Portugal com a Inglaterra. E ela deve manter-se cada vez mais; através de tudo devemos contar com a nossa aliada Inglaterra.

Desde que "se fala na nossa política internacional, deve declarar que entende que, à face do que são hoje os nossos interesses, a nossa política internacional só deverá ser a que nos permita ter uma absoluta solidariedade com todos os países aliados.

E mais deveremos estreitar essa nossa solidariedade, principalmente, em relação àqueles países com os quais temos mais ligações de ordem intelectual e moral. Quero referir-se à França, cujas ideas bebemos e cuja vida moral acompanhamos com todo o interesse, a essa França cuja heroicidade admiramos.

Quere também referir-se ao Brasil nosso irmão, com o qual deveremos contar, pois que tem sido sempre um amigo nosso, como nós o temos sido dele. Devemos estreitar com ele as nossas relações económicas, sociais, literárias e artísticas.'

As palavras proferidas aqui a respeito do Brasil, pelo Sr. Nuno Simões, devem merecer a aprovação de toda a Câmara.

De resto, a nossa política deve ser a do melhor entendimento com os' países neutros e muito especialmente com a nossa vizinha Espanha.

Nós devemos estreitar as nossas relações com esse país vizinho, mantendo as melhores relações, embora cada um em sua casa e com a sua independência.

Ao Sr. Brito Camacho dirá que espera nãovtenhamos outra guerra como S. Ex.a está profetizando..

O Sr. Brito Camacho: —V. Ex.a está a dizer isso de maneira, que amanhã me atribuem a responsabilidade de outra guerra.

Risos.

O Orador: — Se é certo que o Sr. Brito Camacho nos profetizou nova guerra, também é certo que o Sr. Ramada Curto contestou isso, porque uma força nova se levantará.