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Sessão de 31 de Março de 1920

Mando para a Mesa a minha moção de ordem:

Leu se e foi admitida. É a seguinte:

Moção

A Câmara cônscia de que o Tratado da Paz não dá ao País portuguGs as compensações a que tom j as pelo seu esforço no conflito europeu, vota-o como um mal menor, o continua na ordem do dia.

Sala das Sessões, 3 do Maio de 1920.— Jaime de Sousa.

O Sr. Vieira da- Rocha: — Distinguíu--me o Governo Português com a honra da minha nomeação para o representar na Conferôncia da Paz. Nessa qualidade, intervim nos trabalhos da Conferência, assisti o várias sessões das suas sub-comissões, tendo a minha consciência absolutamente tranquila do ter plenamente cumprido os meus deveres.

Defendi sempre, tanto quanto em minhas forças coube, os direitos o interesses da minha Pátria, colaborando activamente na confecção do Tratado cie Paz. Há nele alguns artigos da minha exclusiva iniciativa e muitos artigos da minha redacção.

Trabalhei na comissão das taxas, res-tr.'ç/io e regulamentação aduaneiras; trabalhei iía comissão de navegação; trabalhei na comissão dos contratos das dívidas anteriores h guerra, nos bens, direitos e interesses inimigos;- trabalhei na comissão dos tratados económicos. Mais tardo, depois da saída do general Norton de Matos, tive a honra de o substituir na comissão de portos, vias fluviais e vias terrestres.

Dentro da delegação portuguesa á Con-íbrência da Paz, o depois da relirada dos Srs. Freire de Andrade o Santos Viegas, fui eu especialmente encarregado do me ocupar das questões de reparações o da questão íinanceira. Nessa qualidade, respondi a consultas várias que pelo Ministério d<_.s à='à' de='de' aos='aos' foram='foram' meus='meus' tag0:gaçuo='uol:gaçuo' íondo='íondo' ulvigtamas='ulvigtamas' p='p' trabalhos.='trabalhos.' estrangeiros='estrangeiros' paris='paris' para='para' sido='sido' vários='vários' dirigida.='dirigida.' ministério='ministério' cnviador='cnviador' istiócios='istiócios' elogio='elogio' dgse='dgse' especiais='especiais' portuguesa='portuguesa' xmlns:tag0='urn:x-prefix:uol'>

Tenho, pois, como já disso, a minha consciência absolutamente tranquila de ter cumprido plenamente os meus dover res e, no âmbito da minha capacidade e

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das minhas forças, ter defendido dignamente os direitos e interesses da minha Pátria.

Porém, com aquela sinceridade, com aquele desassombro que foram sempre norma inalterável da minha conduta na vida, sejam quais forem as pessoas perante as quais mo encontro, devo declarar que tenho o meu coração sangrando dtT dor por ver que no relatório que à Câmara foi trazido pelo ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros, o Sr. Melo Barreto, quando se faz menção dos delegados que faziam parto da delegação presidida pelo Sr. Egas Moniz, que transitaram para a delegação presidida pelo Sr. Afonso Costa, os Srs. Batalha Keis, Freire do Andrade, Santos Viegas e Botelho de Sousa, com os nomes dos Srs. Norton de Matos o Augusto Soares, o meu nome foi esquecido.

Fui no país, o reivindico para mirn também essa glória, daqueles quo mais trabalharam, daqueles que mais sofreram, pelos ataques dirigiJos ao meu nome, quo mais trabalharam, repito, pela intervenção de Portugal na guerra.

Ao menos cm quantidade, fui eu o português, posso dizô-lo bem alto perante este Parlamento e perante o país, sem receio do desmentido, que mais vezes falou o defendeu a intervenção de. Portugal na guerra.

Taisr são, Sr. Presidente, as razões que determinaram o profundo desgosto quo sinto.

Nã^ faço neste Parlamento o exame do Tratado do Paz ; não é a mini que compete fazê-lo, trabalho nele há muito, não é, portanto, a ruim quo cumpro íazer a defesa ou crítica duma obra quo, em parte, é minha. Se tivesse de me alongar no exame do Tratado de Pás?, eu teria de tomar' à Câmara não uma sessão nem duas, o V. Ex.íl compreende, não por inteligência, mas pela circunstância material de me encontrar durante meses seguidor na Conferência da Paz e ter um conhecimento razoável nau só da leira do Tratado; mas também áóà motivos quo inspiraram os seus antigos, porque o Tratado deve ser lido mais nas ei:íivlinhas do que na» suas próprias linhas.