O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 3 L de Março de 1920

35

Se até agora não foi possível levantar certos assuntos que bastante interessam ao nosso comércio de além mar, confiado tico de que, na Sociedade das Nações, eles se levantarão.

Entre outras questões de capital importância para nós, lembro à Granara a questão de Macau e a questão do sul de Angola.

• Esperamos, portanto, que a Sociedade das Nações tome em consideração os nossos sacrifícios, prestando-nos a justiça merecida.

• E chegado o momento de todos os portugueses se unirem em torno duma só bandeira, esquecendo possíveis agravos.

Saímos arruinados da grande guerra, e, em quanto esta esteve travada, não curámos da política económica o financeira, nem tratámos de aproveitar as medidas providenciais que se impunham, de modo que nos encontramos hoje em circunstâncias tais que nem o estrangeiro nos pode valer.

Com este apoio fecho as minhas considerações e oxalá que a Sociedade das Nações, inspirada nos mais altos sentimentos do altruísmo, reconheça os nossos direitos.

Tcnh,o dito.

O discurso será publicado na íntegra guando o orador restituir, revistas, as notas taquígráficas.

O Sr. Álvaro de Castro:—Mando para a Mesa a minha

Moção de ordem

A Câmara, considerando a urgência de votar o Tratado de Paz, continua na ordem do dia.— Álvaro de Castro,

A discussão sobro a votação do Tratado da Paz já vai adiantada e por isso poucos minutos tomarei à Câmara para lho fazer algumas declarações em meu nome e no do grupo que represento.

Sr. Presidente: votámos o Tratado com inágua, como quem1 cumjire uma obrigação dolorosa, porquanto o Tratado não nos traz as compensações daqueles sacrifícios quo tivemos de fazer para salvaguardar os1 direitos da humanidade e a integridade do nosso território colonial.

Sr. Presidente: poucas são, a meu ver, as vantagens quo o Tratado contem. Mal andaríamos se o considerássemos o ins-

trumento bastante para a salvaguarda das nossas colónias e assim cruzássemos os braços, e deixássemos o nosso património colonial continuar com o fraco desenvolvimento que tem tido, devido, sem dúvida, à falta do actividade individual e à falta do capitais.

Muito especialmente chamarei a atenção da Câmara e do País para a província de Moçambique, cujos interesses a Câmara terá de conhecer mais intimamente, porque cm breve nos veremos foiçados a renovar, cm virtude da renúncia que, naturalmente, teremos do fazer do convénio com o Transvaal, ao tempo, e ac.tualmento com a União Sul Aíricami, o convénio com relação à's linhas férreas e à mão de obra.

Os nossos interesses nessa província, em jogo relativamente à0 matéria do convénio, com os das repúblicas da União, não ficam salvaguardados pelo'Tratado; é mister quo o sejam, pela nossa actividade e pelas nossas iniciativas.

Para lastimar é que, sendo já passado bastante tempo depois do alarme produzido com relação ao perigo que corria o nosso domínio v.ltraniarino, ainda até agora, principalmente, em relação a Moçambique e a Angola, não se tenha fo-mado uma medida-, sequer, tendente ao desenvolvimento dCsses territórios que os colocasse, em condições de poderem dar à metrópole as vantagens que é legítimo esperarmos.

Mais lamentável isto seria se do ora avante continuássemos a desprezar as riquezas daquelas colónias.

A era quo passa tom do ser de activi-•dado para todos e mais ainda para os pó-, vos pequenos. Se não pensarmos e trabalharmos a sério sobro o desenvolvimento das nossas colónias permitindo a natural expansão colonial, seremos forçados a abrir mão delas.

• Do mais, se tivermos em atenção a política da União Sul Africana, que já afecta, hoje, muito singularmente, a do Moçambique, e em breve afectará a do Angola, e tivermos bem cm monte o que dentro dôsses territórios se passa, reconheceremos que é urgente atentar na nossa situação e salvaguardar os nossos interesses.