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Sessão de 31 de Março de ií*20

biam 55 por cento das indemnizações/ mas o que é certo é que nenhuma deliberação foi tomada pelo Conselho.

O Orador : — j Ernfirn, continuemos a viver de esperanças o ilusões! Do que ouvi ao Sr. Barbosa do Magalhães, cm réplica às minhas considerações, nada mais posso concluir. Infelizmente a realidade já muita esperança mo tem feito perder. E a propósito vou referir-me a um ponto que também tem interôsse e em que vivi embalado em doce esperança. Aliás, segundo as próprias considerações do Sr. Barbosa "de Magalhães, referente à distribuição do material .exigido à Alemanha eu podia justificadamente tô-la. Quero referir-me à questão importantíssima do material circulante de caminhos de ferro e que pelas condições do armistício foi atribuído à França. Até hoje, que me conste, ainda nos não foi entregue nada de tal material que, como a Câmara sabe, tanto convinha ao Pais. Verdade seja q-io eu não sei se alguém se lembrou de em tal falar aos aliados, apresentando-lhe a nossa situação e solicitando que fôssemos contemplados.

E aí tem, Sr. Presidente, um outro .ponto importantíssimo que tem o seu interesse agudo e que tinha também um corto prazer em conhecer. Aliás não me surpreende que ninguém em tal tivesse pensado, não obstante a sua importância, porque só se lembram dos dentistas as pessoas a quem doem os dentes...

Eeferiu-so também o Sr. Barbosa de Magalhães ao não ter ainda sido tomada deliberação alg»ma pelo Conselho Supremo sobre os 55 por cento das pretensões da França, manifestadas pelo Ministro das Finanças. Não me surprende. Mas o que eu sei ó que iodas as nações sabem há muito as suas desposas de guer-ra e o que pretendem e Portugal leva muito tempo, a que emfun nos teremos de sujeitar, c nunca ó mencionado nos mapas c relatórios em que,"cm geral, figuram todas as nações, parecendo que nem existo.

& Quero a Câmara ver como isto, infelizmente, é sempre assim?

Na sessão de 5 do Setembro de 1919 o Ministro Klotz leu à Câmara as desposas de guerra em 31 do Dezembro de 1918.

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Eis-las:

França, 145 biliões; Inglaterra, 166; Austrália, 4; Canadá, 6; Nova Zelândia, 1; índias, 2,5; África do Sul, 2 (o quo faz mais de 180 biliões para a Gran-Bre-tanha); Estados-Unidos, 114; Rússia, 92; Itália, 58; Bólgica, Roménia e Sérvia, 42; Turquia o Bulgária, 49; Alemanha, 231; Áustria-Hungría, 100. .

O que soma 1:000 biliões, número esto quo Lloyd Geprge fez seu e reconheceu exacto pelos experta americanos. Figurando naquela relação todos os países que tomaram parte na °guerra, é Portugal o único a que se não faz referência.

Mas notem 'V. Ex.as que ó sempre assim ; ainda há pouco urna lista foi publicada dos mortos, feridos, mutilados c desaparecidos de todas as nações, e de Portugal nem uma palavra.

Continuaremos a ser Lês oubliés, como escrevia Louis Latzarus no Lê Figuro do 12 de Agosto de 1917.

E o que é mais triste é quo tudo isto é unicamente por culpa nossa.

Além disso nós desprezámos em absoluto a propaganda que é necessário fazer do nosso país, o que durante a guerra, principalmente todas as nações de si mesmas fizeram na mais larga escalai Em Portugal de nada se cuida, e sem se compreender o alcance que pode ter o reclamo que se faça ao nosso país, deixam-se seguir os acontecimentos ao sabor do acaso.

O Sr. Barbo.sa de Magalhães (interrompendo}'.— Em-1917 começou-se essa propaganda, mas dentro em pouco, após o advento do dezembrismo, ela acabou por completo.

O Orador: — Seria conveniente recomeçá-la quanto antes com uma orientação bom definida o feita por indivíduos que lhe compreendessem bem o alcance o o modus fctciendi.

Sr. Presidente: reconheço a impossibilidade do alongar mais as minhas considerações ; o adiantado da hora o a necessidade do votarmos nesta sessão o Tratado forçam-me a concluir.