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Sessão de 31 de Março de 1920

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que eu transmita à Câmara mais algumas opiniões publicadas om vários órgãos da imprensa. jOh! Sr. Presidente, quanto sofrem todos aqueles homens livres que foram para a guerra não movidos por interesses comerciais ou do natureza análoga, mas tam somente para firmarem e defenderem os princípios sobre que solidamente devem assentar as sociedades da hora actual!

Dizia o Temps em l de Outubro do 1919:

« j Durante G meses os chefes dos Governos aliados mantiverarn-se no mistério duma conferência fechada e. no silêncio das negociações secretas.!

Nem os povos, nem os Parlamentos de país algum puderam esboçar um olhar sacrílego para além dos muros atrás dos quais só decidia dos destinos do Mundo inteiro».

i Wilson, com todos os seus pontos e princípios, chegando à Europa, em breve se arvorou em árbitro da Paz, mostrando claramente a consistência que eles tinham !

Quando em Setembro surgiu o primeiro incidente com a Itália, pelo não reconhecimento das reivindicações italianas, acordadas no pacto de Londres com a Inglaterra e a França, as dúvidas desapareceram :

«... A Itália recusou por mera formalidade, pois o facto não só da intervenção americana ter dado o último impulso à vitória dos aliados, mas ainda o da Europa não poder fazer face à crise de produção alimentar, sem o auxílio da América, obriga todos a ficarem sujeitos ao domínio de Wilson».

Isto dizia a 29 de Setembro um dos principais órgãos da imprensa francesa, tendo-se igualmente pronunciado a imprensa doutras nações.

Justificadas são, por tudo isto, as apreensões do todos nós. £ Digam-me V. Ex.as se aqueles que, como eu, acompanharam com esperança e entusiasmo os graves acontecimentos que, durante quatro anos, se desenrolaram com a gravidado o grandeza conhecidas, imaginando que melhores dias viriam, resolvido o conflito, para a Humanidade, se apenas

os princípios tivessem norteado os aliados, não têm razão para olhar desconfiados o com receio para o que se passa?

Dia a dia, hora a hora, sentimos abaladas as nossas esperanças e constatamos a efectividade duma situação bem diferente da que tínhamos imaginado.

Não nos deve por isso surpreender que aquela união entre todos os portugueses que nos era tam necessária durante a guerra, e que não fomos capazes de conseguir, nHo tenha tarnbôm realidade na paz. E o mal não se dá só entre nós. O que só passa em nossa casa é, a meu ver, felizmente apenas uma pálida sombra das perturbações que se estão dando por toda a parte. E um efémero o suposto triunfo desordenado o desconexo do ideas confusas o mal sentidas, que representam, contudo, uni protesto o uma reacção à falsa democracia que os dominadores dos povos hipocritamente apregoam como. cheia do virtudes e triunfante sobre o imperalismo alemão.

Todos os homens livres, apóstolos sinceros e defensores da sã democracia e das aspirações dó liberdade dos povos, hão-de confessar que até este momento nada só alcançou além do que já tínhamos antes da guerra, sem que, contudo, eu deixe do reconhecer que a vitória dos aliados representa a não perda das grandes conquistas democráticas até então obtidas.

Sr. Presidente: honra seja feita aos nossos compatriotas que compuseram a Delegação Portuguesa à Conferência da Paz e permitido me seja destacar o seu ilustre Presidente. Eu sei a maneira honrada, nobre o altiva como sempre ela protestou contra as frequentes injustiças que contra nós se pretendia praticar e como frutíferos foram os esforços empregados para não deixar pôr em prática maquiavólicas combinações quo muito podiam ferir os nossos legítimos direitos, pelo monos do conservação.