O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

38

cão do simpatia que o País português recebia e jamais recebeu da Conferência da Paz.

Porém o perigo do estabelecimento do mandato às . colónias portuguesas ainda nEo passou de todo,, porque, por parte de elementos preponderantes do imperialismo inglCs, se fazem todas as pressões no sentido de que as colónias portuguesas sejam abrangidas por um mandato.

Portanto, desde que assim é, tenho razão para preguntar se, ratificando, como vamos ratificar, este Tratado da Paz, cessam as nossas apreensões, cessam os perigos que determinaram a no;;sa ida para a guerra; cessam os perigos que, em todos os tempos, -antes da guerra, se dizia visarem as colónias portuguesas.

Hoje mais do que nunca, após a ratificação do Tratado, temos de seguir com-toda a atenção, coni todo o patriotismo, ato onde for preciso, as manobras designadamente da União Sul Africana que visam, as nossas colónias- Ainda aerora da exposição do ilustre orador que me .precedeu, só viu quanto ó delicada a situação na África do Sul e quanto ó importante, para nós, a Jonúncia do convénio com a União' "Sal Africana; e quem conhece essa situação na África do Sul, a importância- que tem a denúncia dôsse convénio, ó que pode ajul/ar. como ele podaria servir de pretexto, para possíveis assaltos "à integridade das colónias portuguesas interessadas no assunto.

.É nestes termos que ou vou dar a minha aprovação ao Tratado da Paz, mas, ao fazê-lo, estou convencido de que Gle, por maiores que sejam as nossas esperanças, nos não traz garantias suficientes do nenhuma espécie.

Tenho a máxima consideração pelo ilustre parkiinentíir, que é o Sr. Barbosa de Magalhães, cujo parecer como relator é deveras notável. Na única reunião que teve a comissfio do Tratado, fui o primeiro a felicitá-lo, pelalucidíssima exposição que ôsse tivbulho representa.

E o discurso brilhante q no há pouco S. Ex.a fez, teria firmado os sons créditos do parlamentar talentoso, se o Sr. Barbosa de Magalhães há muito tempo os não tivesse* firmado.

Mas, permita V. Ex.a e a Câmara que lhes diga : ó uma sério d u belas aspirações, mais nada. Faço votos por que to-

Diário da Câmara dos Deputados

l das as esperanças do V. Ex.a se realizem, e quê o Tratado da Paz seja tam útil como V. Ex.as desejam. Eii não tenho nenhuma espécie de esperança.

Portugal tem hoje aquilo que conseguiu o té o Tratado, mais nada terá.

Entrou na guerra com toda a convicção, para honrar os seus comprojnissos num gesto nobilíssimo.

Saímos da-guerra, cheios de glória, mas arruinados e para mostrar aos aliados que desejíívamos manter o nosso império colonial intacto, e* as colossais riquezas que Cio encerra, e .para acautelar a possibilidade,do melhores dias.

Em face da guerra, conseguimos alguma cousa; Kionga, um acto de justiça, urna restituição devida. Conseguimos os navios, cujo apresamento foi o acto mais criterioso praticado por nós du-rante a preparação da guerra. E com osso material que podemos valorizar o fomentar toda o nosso movimento económico.

Mais nada. Os próprios cabos'submarinos que amarram nos Açores, riem esses ficaram nossos.

Terminando, 'devo chamar a atençfio do V. Ex.as para a afirmação que se faz do que Portugal procisa um sistema nacional de alianças.

.Temos, sim, de manter e honrar os nossos compromissos existentes, dentro das possibilidades que possuímos; e esforçar mo-nos por desenvolver a riqueza pública no contincnío e nas nossas colónias, por forma a iniciar dcsdo já o roju-vencscimento nacional.

Fazer alguma cousa digna de nós, trabalhando para desenvolver a riqueza pública o melhorar asjiossas condições económicas.

Não podemos v.iver tendo a convicção, como muita gente tom, do que o estado ruinoso em que, ostá o país é irremediável. Tenho a convicção contrária de que a ruína cm que Portugal PO encontra, após f», guerra, é muito relativa. As revoluções periódicas o a mudança quási mensal dos Governos são as duas causas principais que nos tOm impedido de alguma cousa fazer do útil e do quo possa resultar o levantamento económico, financeiro moral e político do país.