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ba de 6:000 francos para o custeio das despesas a fazer.

Efectivamente, inaugurou se a abertura desse curso, tendo havido várias festas promovidas para comemorar esse facto. Sucede, porém, que, em virtude de furiosa e mal entendida economia, essa. verba desapareceu, estando, por isso, em riscos de desaparecer o curso de português na Sorbonne.

Não podemos consentir que, a pretexto da ridícula economia de 6:000 francos, se vá pôr termo a uma iniciativa tara conveniente como essa, mostrando assim a nossa estupidez e permitindo que o Brasil alcance a hegemonia que tanto ambiciona.

Não sei se o Sr. Ministro da Instrução Pública não teria forma ,de arranjar outra receita para^ fazer face a despesas de instrução, a não ser aquela que deriva da aplicação dum imposto sobre a importação de livros. Ora, devo dizer que em Portugal a cultura do livro é por demais rudimentar e que pouca gente lê livros estrangeiros, a não ser os que são escritos em francês, pelos quais nós temos conhecimento do movimento scientífico dos outros países europeus e americanos. Em França existe, porém, um ciúme patriótico de que nós não fazemos idea. Se juntarmos este facto ao da prospectiva de perdermos a cadeira de português na Sor-bonne e ainda ao do imposto sobre os livros estrangeiros importados, podemos chegar 'a conclusões pouco edificantes e que em nada nos èngradecem.

Chamo, portanto, a atenção da Câmara pa~a este .assunto a fim de que à sombra d i/aa pretensa economia se-não vá arranjar mais um título de descrédito para o país.

Dito isto, e com as restrições que resultam das considerações que de princípio fiz, declaro que dou o meu voto à proposta apresentada a esta Câmara pelo Sr. Ministro da Instrução Pública.

O orador .não reviu.

O Sr. Ministro da Instrução Pública

(Vasco Borges): — Sr. Presidente: em resposta ao Sr. Brito Camacho, devo começar por declarar que o facto de eu não ter ouvido sobre o assunto o Conselho Escolar, não implica, nem poderia implicar, desprimor da minha parte para com os

Diário da Câmara dos Deputados

mesmos Conselhos. E hábito meu ouvir sempre os Conselhos Escolares; não os consultei, porém, neste caso, porque tinha a certeza de que eles estavam de acordo, em virtude das impressões que troquei com" o director geral do ensino superior, o Sr. Queiroz Veioso, com respeito às medidas estabelecidas na proposta de lei que tive a honra de submeter à apreciação e voto desta.Câmara.

Aquele senhor que é uni funcionário zeloso e que é -sempre muito escrupuloso nas. informações que dá ao Ministro, não lembrou a conveniência de submeter o assunto à consideração dos Conselhos Escolares; decerto que mo teria lembrado se presentisse que pudessem advir quaisquer atritos da circunstância de não se fazer essa consulta.

Por isto, convenci-me por minha vez que a proposta que apresentei não provocaria qualquer estranheza por parte de entidades que não fossem directamente ouvidas, o digo directamente, porque indirectamente o fizeram.

No que respeita ao alvitre spresentado pelo Sr. Brito Camacho, para que-na proposta de lei em discussão fosse incluído um artigo, pelo qual »« permitisse que os Conselhos das Faculdades pudessem mandar imprimir por conta do Estado as teses que lhes sejam apresentadas dactilografadas, e ein que as mesmas Faculdades •reconheçam de valor scientífico.

O Sr. João Camoesas : — Esse alvitre do Sr. Brito Camacho é muito aceitável. Posto em prática, viria evitar a repetição de fac-| tos como este: um colega meu fez um trabalho de muito valor sobre patologia. Como era pobre, não pôde mandar imprimi-lo, visto que saia muito caro o trabalho gráfico. Encontrou-se, pois, na necessidade de fazer.depois um outro trabalho simples, comportado numas trinta folhas para cumprir os preceitos regulamentares.

O Orador:—Estou de inteiro auOrdo com o .alvitre do Sr. Brito Camacho. (Apoiados).

Não me parece, porém, que possa estabelecer-se isso como uma obrigação imposta às Faculdades.